O aumento do plano de saúde é motivo de queixa dos clientes, que apontam vários problemas com o atendimento e serviços prestados
Por thiago.antunes
Rio - A Geap reajusta a partir de hoje em 14,62% as mensalidades dos 615 mil servidores federais de todo o país. O aumento do plano de saúde é motivo de queixa dos clientes, que apontam vários problemas com o atendimento e serviços prestados, mesmo após intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2013. No Estado do Rio, a empresa tem 109 mil usuários em sua carteira.
Entre os principais entraves estão a falta de opções de locais para fazer exames, problemas de autorização de procedimentos cirúrgicos e credenciamento de médicos. No site Reclame Aqui, por exemplo, a operadora não respondeu a 58,5% das queixas e a reputação recebeu a classificação de “não recomendado” pelos clientes.
Servidora aposentada da ANTT, Cristina Thomé, 63 anos, contou à coluna que teve que recorrer à ANS para que o seu marido, também servidor federal, fosse operado de um câncer no intestino: “Acho um absurdo pagarmos nossas mensalidades em dia e, em um momento que mais precisamos, recebemos uma negativa. Se fosse no particular, a cirurgia ficaria em torno de R$ 25 mil. Não dava para crer que teríamos que arcar por algo que nos é de direito”. O marido foi operado recentemente e está em tratamento.
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Já um servidor do Inca, que pediu para não ser identificado, enfrenta problemas com credenciamento de médicos. Em tratamento psiquiátrico, ele está sendo obrigado a pagar R$ 150 pela consulta, mesmo o profissional constando na lista da Geap. “Ele está no livro e no site, mas diz que não atende mais pelo plano. Me consulto com ele há bastante tempo e preciso continuar o meu tratamento. Já procurei a Geap, mas me informaram que o médico é que tem que se descredenciar e também não me indicam outro profissional”.
Já a servidora aposentada de 71 anos, moradora de Sepetiba, Zona Oeste, também pediu para não ser identificada, e que tem problemas de locomoção devido à hérnia de disco, se vê obrigada a percorrer 54 km fazer exames complexos de imagem no bairro de Vila da Penha, Zona Norte. “A operadora deveria se preocupar em tornar os exames mais acessíveis. Já registrei queixas, mas nada foi feito.”
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Diretora do Sintrasef, Edna Ramalhosa declarou que tem levado os problemas para a regional da Geap no Rio. Há previsão de uma nova reunião para depois do Carnaval: “Percebemos que houve mudança, que eles estão mais interessados em resolver os problemas. Mas há muito o que fazer pelos pacientes.”
Livre de regime
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Diretor-adjunto de Fiscalização da ANS, Suriêtte Santos afirmou que a Geap não está em nenhum regime especial e nem de direção fiscal. Sobre os dados do Reclame Aqui, a operadora informou que a Ouvidoria foi reestruturada em 2014, buscando soluções para as queixas. E completou que, de 136 registros no ano passado, apenas dez estão em tramitação no atendimento.
Recuperação
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A Geap também esclareceu pontos. Em 2014 diz ter recuperado a rede credenciada incorporando mais de 1,4 mil novos prestadores, entre hospitais, clínicas e laboratórios. A operadora lembrou que os planos têm até 22 de março para se adequar às exigências da ANS de divulgação da rede de substituição em seus portais corporativos quando houver descredenciamento.