Por felipe.martins

Rio - A partir de segunda-feira, a conta de luz vai ficar mais cara para consumidores atendidos por 58 concessionárias em todo o país. A revisão tarifária extraordinária foi aprovada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O reajuste médio será de 23,4%. No caso da Light, no Rio, o aumento médio fica em 22,5%. Já a Ampla não entrou nesta revisão, porque o reajuste da tarifa ocorre no próximo dia 15 de março, quando todos os custos são incluídos na tarifa.

A revisão extraordinária foi um pedido das distribuidoras à Aneel para cobrir os custos referentes à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que este ano deixou de receber os aportes do governo federal, à energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu que subiu 46%, e os gastos das próprias empresas com a compra de energia nos leilões.

Silvia Regina Borges acredita que a nova alta vai pesar ainda mais no orçamento do salão de belezaJoão Laet / Agência O Dia

Além desse aumento, as distribuidoras ainda terão este ano os reajustes anuais, que variam conforme a data de aniversário da concessão. A Light, por exemplo, tem a sua tarifa corrigida no mês de novembro. De acordo com a decisão da Aneel, para os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste a alta vai ser de 28,7%, na média, 4,5 vezes maior que a aplicada para aqueles que vivem em estados do Norte e Nordeste, que ficará em 5,5%, também na média. O maior aumento foi para a distribuidora AES Sul (39,5%), que atua em 118 municípios do Rio Grande do Sul.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem que os reajustes nos preços da energia “são passageiros” e descartou qualquer tipo de problema no setor, mas disse que os consumidores têm obrigação de evitar desperdícios de energia.

Na inauguração do Parque Eólico Geribatu, no Rio Grande do Sul, ela atribuiu o aumento nos preços de energia ao fato de o país enfrentar a maior seca nos últimos 100 anos e, portanto, o sistema de geração térmico está sendo acessado, tornando a energia mais cara.

Proprietária de um salão de beleza na Lapa, Silvia Regina Borges afirma que a nova alta vai pesar ainda mais no orçamento. “Aqui não tem como economizar, o ar condicionado precisa ficar ligado o dia todo e usamos muitos secadores”, justifica.

Valor das bandeiras também sobe

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também aprovou ontem o aumento na taxa extra das bandeiras tarifárias, cobrada nas contas de luz quando há aumento no custo de produção de energia no país. O novo sistema, que começou vigorar a partir de 1º de janeiro deste ano, terá novos valores também de segunda-feira em diante.

Em caso de bandeira vermelha, atualmente em vigor em todo país e que sinaliza que está muito caro gerar energia, será cobrada nas contas de luz uma taxa extra de R$ 5,50 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) de energia usados. Isso representa aumento de 83,33% em relação aos R$ 3 cobrados entre janeiro e fevereiro.

Já no caso de bandeira amarela, que sinaliza que a produção de energia está um pouco mais barata, a taxa extra aplicada passa de R$ 1,50 para R$2,50 (66,66%). Não houve alteração em relação à bandeira verde, que sinaliza que não há custo adicional para produção de eletricidade e, portanto, não é aplicada a taxa extra.

Os aumentos aprovados pela Aneel são para cobrir o valor extra de R$ 22,06 bilhões destinados ao fundo Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Os recursos são usados para financiar o subsídio às tarifas de famílias de baixa renda e o pagamento de indenizações a empresas, por exemplo.


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