Por felipe.martins

Rio - Filho de Eike Batista, Thor Batista fez um desabafo nesta sexta-feira sobre a apreensão de um de seus veículos no imbróglio judicial que envolve seu pai. O jovem se mostrou inconformado com o bloqueio de sua Range Rover, uma vez que ele não faz parte das ações que envolvem o empresário.

“Eu não sou réu no processo e o veículo foi adquirido com recursos próprios. Ainda não consegui constituir minha defesa, pois não tenho acesso aos autos. Não tem razão para me deixar a pé, muito menos usar o meu carro”, afirmou a um site especializado em cobertura de celebridades. O carro de Thor foi um dos três veículos apreendidos pela Polícia Federal, que foram parar na casa do juiz Flávio Roberto de Souza. Os outros dois foram um Porsche Cayenne e uma Hilux.

Thor%2C durante o Salão do Automóvel do ano passado%3A filho do empresário não se conforma em andar a péBanco de imagens

A descoberta de que o juiz mantinha bens do empresário em seu edifício — chegando a dirigir o Porsche — provocou seu afastamento das ações contra o empresário, determinado na quinta-feira pelo Conselho Nacional de Justiça. Ontem, Souza pediu licença do cargo alegando problemas de saúde. O motivo da solicitação não foi informado, mas ele apresentou um atestado médico à Divisão Médica do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que concedeu 15 dias de afastamento.

Uma junta médica será montada e dará a resposta à solicitação na terça-feira. No mesmo dia, será julgado o pedido de suspeição feito pela defesa de Eike. Se o magistrado for considerado suspeito, seus atos nos processos envolvendo o ex-bilionário se tornarão nulos, inclusive o bloqueio e a apreensão dos bens do empresário, que atingem o valor total de R$ 3 bilhões.

Ainda na sexta-feira, o juiz substituto da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Vitor Barbosa Valpuesta, assumiu a função de nomear novos depositários para os bens que estão apreendidos. Além dos automóveis, é preciso achar um novo guardião para o piano de Eike, que foi colocado na casa de um vizinho de Souza.

JUIZ VAI DE HERÓI A ANTIÉTICO

Em 4 de fevereiro, o juiz federal Flávio Roberto Souza ordenou o bloqueio dos bens de Eike no valor de até R$ 3 bilhões. A medida se estendeu à ex-mulher, Luma de Oliveira, à namorada Flávia Sampaio e aos filhos Thor e Olin. O objetivo era garantir dinheiro para credores do empresário, se ele fosse condenado.

No dia 6, a Polícia Federal iniciou uma série de apreensões na casa do empresário no Rio.Foram levados carros, computadores, um piano e uma réplica de ovo Fabergé. Nos dias seguintes, a PF também fez apreensões na casa do ex-bilionário em Angra dos Reis e na residência de Luma.

Dia 11, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região começou a julgar um pedido de afastamento do magistrado. Os advogados consideravam que o juiz não deveria estar à frente do caso, pois deu declarações à imprensa durante o trâmite do processo mostrando que condenava o comportamento do empresário. O julgamento foi adiado porque um desembargador pediu vista.

No dia 24, o juiz foi visto dirigindo um dos carros apreendidos de Eike. Essa postura provocou repúdio na comunidade jurídica. A OAB pediu seu afastamento ao CNJ e duas sindicâncias foram abertas na Justiça Federal para investigar a atuação do magistrado.

No último dia 26, o CNJ afastou o juiz de todos os processos envolvendo Eike. No dia seguinte, o magistrado pediu afastamento por motivos médicos.


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