Por felipe.martins

Rio -  O engenheiro Greg Marra, de apenas 26 anos de idade, é o cara responsável por decidir qual conteúdo será exibido para os usuários do Facebook. Imagine, portanto, não só a responsabilidade, como também o poder que ele tem. Apesar da idade, Marra controla, ou pode controlar, o que 1,4 bilhão de usuários está lendo — e, por conseguinte, escrevendo.

Pense no poder dele sobre o mercado de mídia. Calcula-se que, nos EUA, um terço das notícias seja consumido através do Facebook. Segundo o Instituto Reuters da Universidade de Oxford, citado na Galileu, nas áreas urbanas do Brasil esse volume chega a 67%.

Mas estava falando do Greg Marra. Ele é especialista em robótica e não dá a mínima para questões editoriais — ao menos é o que declara por aí. Só que não. Sua tarefa é justamente controlar o algoritmo que norteia nossos relacionamentos, cada vez mais intensos na rede do Zuckerberg. Isso é muito curioso. Você pode ter mil amigos, mas vai perceber que, obviamente, não aparece o comentário de todo mundo.

E quais comentários vão aparecer no seu feed de notícias? Vão aparecer aqueles que o sistema, digamos assim, ‘permite’. Um dos exemplos já clássicos desse tipo de procedimento ocorreu durante as eleições presidenciais dos EUA em 2012. Na época, dois pesquisadores do Facebook alteraram o conteúdo que estava sendo recebido por cerca de 600 mil usuários. Com isso, disseram eles, conseguiram estimular a participação de muito mais gente no processo eleitoral. Ou seja: a rede tem, sim, o poder de filtrar e, com isso, manipular a ação coletiva.

Acho isso tão genial quanto temeroso, embora a literatura e as ciências sociais já estejam viajando nessa conversa há tempos. No fim das contas, tudo envolve muita inteligência e tecnologia aplicadas a uma maçaroca de informações aparentemente desconexas, produzindo resultados palpáveis. Lindo, mas a gente acaba se sentindo um ratinho de laboratório...

UM APP DO BEM

A imprensa mundial tem o hábito de publicar quase nada sobre suicídios, mas debater o assunto certamente ajudaria a evitar muitas tristezas. Essa conversa estranha vem a reboque das melhorias que o Facebook (ó ele aí) está fazendo em sua ferramenta que ajuda justamente a prevenir suicídios. Isso existe?

Pois é. Funciona assim: o sujeito publica uma ou mais mensagens que deixam seus amigos preocupados. Cabe a estes clicar num botão de alerta, que fornece dicas sobre como ajudar o suicida em potencial. Eles também podem até pedir a interferência do Facebook, que pode bloquear a conta do usuário sob suspeita e redirecioná-lo para sites que possam ajudá-lo a desistir da ideia. Esse serviço ainda não chegou por aqui, nem há previsão, mas mostra, mais uma vez, como a rede pode ser útil. Estima-se em 41 mil o número de suicídios nos EUA, a cada ano.

A WARNER BROS INTERACTIVE  anunciou ontem que vai lançar em breve cinco jogos para dispositivos móveis. Entre eles, Batman e Game of Thrones. As datas de lançamento e plataformas compatíveis para os títulos ainda serão divulgadas.

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