Por bferreira

Rio - A greve dos operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que começou na quarta-feira, pode acabar na segunda-feira caso a categoria aceite, em assembleia, a proposta patronal de reajuste salarial. Pela nova oferta, os patrões oferecem reposição da inflação (hoje de 7,7% no período de 12 meses), de forma linear para todas as faixas de remuneração. Anteriormente, eles ofereciam apenas 5% de reajuste e apenas para quem ganhasse até R$ 5 mil.

A terceira oferta das empresas foi feita ontem em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RJ). Durante as negociações, os empregados reduziram seu pedido, que começou em 15%, para 8%, enquanto os advogados do sindicato patronal acenaram, numa segunda proposta, com o valor de 6% de aumento. Porém, apenas para salários até R$5 mil. Caso os novos termos para conciliação sejam rejeitados na assembleia, o processo seguirá seu trâmite normal, até o julgamento.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias se reúne na segunda-feira, com a desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas do TRT-RJ, para tratar da conciliação entre os trabalhadores e as empresas do complexo.

A presença do ministro não foi vista com ânimo pela categoria. Para Rogério Assunção, diretor de operações do Sindicato dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Montagem e Manutenção da Cidade de Itaboraí (Sintramon), Dias não pode ajudar em nada. “Primeiro não acredito muito que o ministro venha mesmo ao Rio para isso. Depois, o caso está na esfera jurídica e ele não tem como intervir”, opina Assunção.

O sindicalista diz que outro caso longe de solução é o dos três mil operários da Alumini, uma das empresas do Comperj, que estão há mais de três meses sem receber. “O ministro também não pode fazer nada. Tanto a Petrobras quanto a Alumini recorreram de decisão judicial”, diz o diretor da Sintramon, se referindo a condenação, que obrigava a estatal a pagar R$ 14 milhões de verbas trabalhistas, caso a Alumini não pague.

MANIFESTAÇÃO

Um ato, com cerca de 300 sindicalistas e ex-empregados do Comperj, estudantes da UFRJ e membros de partidos, interditou, na noite de ontem, as vias do Centro. Eles protestaram contra cortes de orçamentos da Educação e concessões de órgãos federais, como a Petrobras.

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