Por felipe.martins

Rio - O ano de 2015 iniciou sob a égide de uma série de aumentos de preços e ajustes em produtos, serviços e impostos, elevando os índices inflacionários e diminuindo o poder de compra do brasileiro. Para complementar, os percentuais de desemprego e de inadimplência também estão com tendência de alta (ver quadro acima).

Com a perspectiva de retração econômica ao longo do ano é hora de rever conceitos de consumo e apertar o cinto para evitar o desequilíbrio do orçamento dentro de casa. “As projeções para os próximos meses são no mínimo preocupantes, uma vez que é esperada uma alta inflacionária, proporcionando o agravamento da crise, da qual já sentimos os efeitos. Isso é reflexo tanto do mercado interno, com clara estagnação e grande índice de inadimplência da população, como externo, no qual as grandes economias já se mostram recessivas há tempos, e países em ascensão, como a China, vêm reduzindo seu crescimento”, destaca o educador financeiro Reinaldo Domingos.

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Para minimizar os efeitos negativos da economia, Domingos recomenda organizar as contas pessoais e manter a saúde financeira do orçamento familiar. Segundo o especialista, em momentos de crise, nada melhor do que implementar a educação financeira, processo educativo que permite o desenvolvimento dos valores e das competências necessárias para melhorar as decisões financeiras.

Em comemoração ao Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, essa semana haverá uma série de atividades em todo o país, dentro da 2ª Semana Nacional de Educação Financeira. Estão previstas mais 300 ações educacionais, com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária da população, bem como contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores,informam os organizadores.

De acordo com Reinaldo Domingos, a educação financeira hoje é um tema que deve ser discutido com toda a família e que vai muito além se de fazer cálculos matemáticos de quanto se gasta no mês. “Educação financeira é comportamento. Com o cenário incerto atual, é necessário compor uma proteção para a família para os próximos anos. Mas para isso é preciso pensar num projeto de vida a curto, médio e longo prazos, o que, geralmente, o brasileiro não está acostumado a fazer”, alerta o educador financeiro.

Consumidora muda de hábitos para adaptar o orçamento familiar

A enfermeira Isabel Lucas, 49 anos, diz que tem sentido no bolso a alta dos preços. Segundo ela, alguns hábitos de consumo estão sendo adaptados para caberem no orçamento. “Venho ao mercado toda semana para repor perecíveis, e carne, por exemplo, tenho comprado muito pouco. Mesmo assim, queria comprar uma carne de primeira e estou levando uma de segunda”, diz.

A Segunda Semana de Educação Financeira ocorre em todo o país de amanhã até o próximo domingo, 15, quando é comemorado o Dia do Consumidor. Haverá uma série de atividades educacionais gratuitas, desde seminários até quiz online e games.

O interessado poderá ver a programação completa www.semanaenef.gov.br/agenda.

Mais informações nos seguintes sites:www.edufinanceiranaescola.gov.br, www.bmfbovespa.com.br, www.sebraerj.com.br e www.serasaconsumidor.com.br.

DEZ DICAS 
1 - PLANEJAMENTO
Faça um bom planejamento, anotando todos os compromissos financeiros existentes. Coloque, inclusive, os pequenos gastos do dia a dia. Eles têm grande participação nas contas no fim do mês. Use uma planilha de orçamento doméstico. Veja em www.serasaconsumidor.com.br ou em www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/orcamento-pessoal.

2 - FAMÍLIA

Tenha uma conversa franca em família e compartilhe com todos da casa a atual situação econômica. O apoio e a conscientização são fundamentais para encarar as dificuldades.

3 - ENCARE A HORA

Crie uma sintonia entre a atividade econômica do país e o orçamento doméstico.

4 - DESPESAS

Analise o que pode ser cortado neste momento sem que haja grandes prejuízos no dia a dia. Fuja dos gastos desnecessários, centralizando o dinheiro apenas no que for essencial.

5 - RENDA

Evite comprometer ainda mais a renda com financiamentos e parcelas longas. Com os juros mais altos, já está difícil de pagar todas as dívidas assumidas e o caminho para a inadimplência pode ficar cada vez mais curto.

6 - CARTÃO

Controle os gastos com o cartão de crédito. Ao receber a fatura com as despesas, faça o pagamento integral, evitando o uso do crédito rotativo.

7 - CHEQUE ESPECIAL

Esta deve ser a última alternativa. Evite usa-lo como complemento do salário. Se precisar de dinheiro, procure outras possibilidades, como o crédito consignado que tem menores taxas de juros.

8 - ALIMENTOS
Tente substituir o que está mais caro por um produto que esteja com melhores condições. Muitos supermercados escolhem um dia da semana para fazer promoções dos produtos de feira. Aproveite.

9 - ECONOMIZE

Economize o quanto puder no dia a dia. Faça comparações e veja se é mais vantajoso fazer refeições dentro ou fora de casa. A economia também vale para o consumo de água e luz. Reaproveite a água para a limpeza da casa. Desligue os aparelhos eletrônicos da tomada quando não estiver usando.

10 - DÍVIDAS

Se já estiver inadimplente, a orientação é renegociar a dívida. Explique ao credor a situação e proponha valores e condições que caibam no bolso.

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