Por bferreira

Rio - O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que era responsável pelos processos contra o empresário Eike Batista, agora quer se aposentar. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2) decidiu que ele responderá a cinco processos administrativos. Ontem, o advogado do magistrado, Renato Tonini, justificou as possíveis irregularidades afirmando que o juiz sofre de “problemas psiquiátricos” e defendeu que ele seja aposentado por invalidez.

Juiz do caso de Eike quer se aposentarReprodução / TV Globo

A abertura foi determinada pelo Órgão Especial do Tribunal, ao analisar o resultado das sindicâncias e correições que apuraram a conduta do juiz. Ele é suspeito de se apropriar indevidamente de bens e dinheiro de réus que estavam sendo processados sob sua relatoria.

Souza foi afastado de suas funções por tempo indeterminado, após uma série de irregularidades descobertas em processos sob sua relatoria. O estopim do caso foi quando ele foi visto, em fevereiro, dirigindo um Porsche Cayenne que pertencia a Eike. O carro havia sido apreendido junto com uma série de outros bens do ex-bilionário, a pedido do MPF.

O primeiro processo administrativo diz respeito ao uso indevido do carro e do piano de Eike Batista. Souza também havia levado o instrumento do empresário para seu edifício. O segundo processo é sobre declarações que o juiz deu à imprensa afirmando que uso de bens apreendidos por magistrados é uma prática “normal”.

SEM SEGREDO

Os outros três processos são relativos ao desvio e apropriação de dinheiro que foi apreendido pela Justiça em três processos sob sua condução, entre eles quantias que dizem respeito a Eike e a um traficante.

Os processos vão tramitar sem segredo de Justiça. O corregedor regional, desembargador federal Guilherme Couto, espera que os recursos desviados pelo magistrado sejam recuperados nos próximos dias. Além dos processos administrativos, o juiz também responde a uma investigação do Ministério Público Federal que pode dar origem a um processo criminal. Segundo o órgão, Souza admitiu ter desviado cerca de R$ 1,14 milhão em processos sob sua relatoria.

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