Por felipe.martins

Rio - A divulgação do balanço da Petrobras será mais “um passo” no caminho da reconstrução da estatal, segundo avaliou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os documentos contábeis devem ser liberados amanhã para o mercado. De acordo com Levy, existe uma grande expectativa de que, em alguns dias, a empresa supere o problema do balanço auditado. Ele afirmou ainda que a liberação do balanço auditado será muito boa para a Petrobras.

As declarações do ministro Joaquim Levy foram feitas em inglês durante reunião da Cúpula das Américas de Política Monetária, promovida pela agência Bloomberg, um encontro de líderes políticos do Brasil, Canadá, China Colômbia, Peru e Estados Unidos, em Nova York. A intenção do ministro era demostrar credibilidade a investidores.

Segundo o ministro Joaquim Levy, a liberação do balanço auditado será muito boa para a PetrobrasWilson Dias / Parceiro / Agência Brasil

De acordo com a Petrobras, o balanço auditado mostrará os resultados contábeis fechados referentes ao ano passado e também ao terceiro trimestre de 2014, neste caso, revisado. A liberação dos números ficou atrasada por conta das investigações da Operação Lava Jato, que apura suposto esquema de corrupção envolvendo políticos e diretores da estatal. O mercado espera que os dados apresentados contenham as perdas referentes aos desvios.

Para Levy, existem também expectativas sobre uma possível renovação do Conselho de Administração da Petrobras. O ideal é que a instância passe a ter mais profissionais do mercado e menos indicações políticas. O ministro pediu calma aos investidores que estão ansiosos com a transparência devido à crise na estatal. Afirmou ainda que mudanças positivas de governança acontecem na companhia e que confiem na estatal.

Em entrevista transmitida na internet pela Bloomberg, o ministro afirmou também que o Brasil tem condições de alcançar este ano a meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) — a soma de todos os bens e serviços gerados pelo país.

Levy reafirmou que a maior parte do esforço para equilibrar as contas está concentrada em cortes de gastos públicos e na “reversão” de benefícios fiscais. Ele se referia às desonerações em determinados setores, usadas até recentemente pelo governo para o enfrentamento da crise.

Sobre inflação, Joaquim Levy afirmou que os formuladores de políticas devem estar vigilantes para garantir que ela recue.


Ministro defende regras rígidas para a Previdência

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a defender nesta segunda as regras mais duras para concessão de pensões por parte do INSS que foram propostas pelo governo Dilma Rousseff no fim do ano passado. Com a MP 664, o tempo mínimo de contribuição para acesso ao benefício sobe de quatro meses para dois anos. A iniciativa dificulta também a concessão para viúvas jovens. Outra modificação adotada foi o fim da pensão vitalícia integral para qualquer segurado independentemente da idade, do número de filhos e da expectativa de vida.

Ele argumentou que a maior parte do dinheiro transferido pelo governo para a população acaba beneficiando a classe média.

“Não é só no Brasil que o grosso do dinheiro vai para classe média. Ela é também grande parte da população total. Poderia melhorar o foco no gasto? Sim. Por isso é que estamos fazendo a reforma das pensões, outra reforma enviada pela presidenta ao Congresso”, afirmou Levy ao ser questionado sobre os gastos sociais do governo — do Bolsa Família aos benefícios previdenciários.

“Fizemos um ajuste em que quanto maior for sua expectativa de vida, menor será o tempo que você receberá a pensão, porque acreditamos que você tem tempo para ir ao mercado e construir a sua própria pensão, e não pensão do sobrevivente”, afirmou Levy.

O ministro da Fazenda defendeu ainda as alterações no seguro-desemprego — objeto da MP 665. Ele reforçou que as mexidas nas regras têm o propósito de reduzir a rotatividade no mercado de trabalho, que prejudica o desenvolvimento das competências dos trabalhadores.

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