Por bferreira

Rio - Apesar da queda da atividade econômica nos primeiros três meses do ano — o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,2% —, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, garantiu ontem que a economia do país corre menos riscos do que no começo de 2015. Para o ministro, “houve uma mudança qualitativa distinta” de cenários nos últimos meses. Segundo o IBGE, o resultado negativo do PIB, conjunto de riquezas produzidas pelo país, de janeiro a março, se deu em comparação ao quarto trimestre de 2014. Já em relação aos primeiros três meses do ano passado, houve um recuo mais forte, de 1,6%.

O ministro Joaquim Levy participou de evento na sede da FirjanPiervi Fonseca / Agência O Dia

Apenas o setor de agropecuária registrou alta no período: 4,7%, com movimentação de R$ 79,6 bilhões. Por outro lado, a indústria (-0,3%) e os serviços (-0,7%) amargaram quedas.

Segundo Levy, o Pibinho reflete “incertezas”, como as que perturbaram o setor elétrico, que há pelo menos dois anos, vive crise de escassez de água nos reservatórios hidrelétricos. Mas ele demonstrou otimismo, alegando que a fase mais crítica do setor já passou. O ministro afirmou que isso contribuirá para o aquecimento de toda a economia. Levy destacou a melhora dos reservatórios hidrelétricos ao longo do primeiro semestre.

O ministro participou ontem de palestra na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan). O evento foi em comemoração pelo Dia da Indústria, festejado em 25 de maio. Ele comentou que diferentemente da área da energia elétrica, o setor de petróleo ainda deve sofrer com os efeitos negativos da queda das cotações de matéria-prima no mercado internacional. Levy ressaltou, no entanto, que as condições estão melhores do que no começo do ano.

“O impacto da queda do preço das commodities será persistente”, comentou.

Queda menos acentuada

A queda da indústria foi menos acentuada do que se esperava. Segundo o IBGE, a baixa não foi maior por conta do crescimento da atividade extrativa mineral (3,3%) e da construção civil (1,1%). Já eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,3%) e indústria de transformação (-1,6%) caíram.

Nos serviços, o recuo ocorreu nos transporte, armazenagem e correio (-2,1%), por administração, saúde e educação pública (-1,4%), outros serviços (-1,4%), intermediação financeira e seguros (-0,8%) e comércio (-0,4%). Já atividades imobiliárias e serviços de informação cresceram 1,2% e 1,1%, respectivamente.

O consumo das famílias registrou queda de 0,9% no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o IBGE, foi a primeira queda neste tipo de comparação desde o terceiro trimestre de 2003, quando caiu 0,9%. A queda de 1,5% na comparação com o último trimestre de 2014 também foi a mais alta, desde o quarto trimestre de 2008, no auge da crise econômica mundial (2,1%).

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