Por bferreira

Rio - Em tempos de juros altos e expectativa de novo aumento da Selic, a taxa básica do mercado, cresce a procura por sites de comparação de crédito. Os portais funcionam como canal entre os clientes e as instituições financeiras. É possível buscar a opção de crédito mais barata e conveniente para a situação do consumidor. A maior demanda, segundo as empresas do segmento, tem vindo de pessoas que buscam linhas mais baratas para pagar dívidas altas, com cartão de crédito e cheque especial.

Procura por financiamento de imóveis no Canal do Crédito cresceu quase 45% no primeiro quadrimestre de 2015%2C enquanto o Feirão da Caixa deste ano teve queda nas vendasAlexandre Brum / Agência O Dia

No Canal do Crédito, por exemplo, a procura por financiamentos de imóvel vinha crescendo 25%. Mas no primeiro quadrimestre de 2015 foi registrado aumento de quase 45% no volume do tráfego em comparação ao período anterior.

“As linhas de empréstimos com garantia de imóvel tiveram alta ainda maior, de 55%, muito em função da busca por opções mais baratas. As pessoas querem trocar dívida alta por outra com taxas de juros menores”, avalia Marcelo Prata, presidente e fundador do portal.

De acordo com Ricardo Kalichsztein, diretor-executivo do site Bom Pra Crédito, a cada mês cresce o número de visitas. Mas o empresário ressalta que a principal demanda tem vindo de pessoas que buscam um produto para quitar suas dívidas.

“Por isso estamos lançando também uma área de negociação entre clientes e empresas no site. Essa ferramenta vai ajudar a pessoa a conseguir não necessariamente um crédito novo, mas a possibilidade de renegociar dos débitos dívidas com desconto”, explica Kalichsztein.

Nos dois sites, os serviços oferecidos aos clientes são gratuitos. A receita vem das instituições bancárias que fazem parcerias. “Isso não encarece em nada os financiamentos, pelo contrário, conseguimos taxas mais baratas. Os bancos têm um modelo de remunerar parcerias e canais onde conseguem clientes”, conta Prata.

Além de comparar taxas entre produtos e instituições, as pessoas podem simular o pagamento de um financiamento e contratá-lo por meio dos portais. As páginas ajudam na aprovação do crédito, mas a parte da assinatura de contrato acontece pessoalmente, normalmente nas agências bancárias. Se tratando de bancos médios, um agente pode ir até a casa do cliente, por exemplo.

Mas, apesar da facilidade, é preciso ter alguns cuidados. Em primeiro lugar, o consumidor deve avaliar bem a necessidade de contratar linha de crédito. “O tomador não deveria ter por mês mais de 30% da sua renda comprometida por empréstimos. As chances de não conseguir pagar são grandes”, alerta Kalichsztein.

No entanto, ao decidir contratar um serviço por meio de sites, o ideal é escolher um portal de confiança, que tenha e-mail com registro próprio (e não do Gmail ou Hotmail), além de telefone para contato.

“Nenhuma empresa pode pedir dinheiro em troca de crédito. Isso é crime. O cliente deve ficar atento. Além disso, é importante pesquisar registro do site na internet e também verificar se o nome condiz com o CNPJ da empresa”, aconselha Prata.

Mercado projeta Selic em 13,75% ao ano, na sexta alta seguida

A taxa básica de juros, a Selic, deve subir pela sexta vez seguida amanhã. A estimativa é de analistas do mercado financeiro que projetam alta de 0,5 ponto percentual, com a taxa indo a 13,75% ao ano. Para o final de 2015, a expectativa é de que esteja em 14% ao ano.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), responsável por definir a Selic, começa hoje e termina amanhã.

As elevações da taxa são tentativas do BC de conter a inflação, que deve estourar o teto da meta para o ano, que é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na avaliação dos analistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 8,39%, em 2015. Essa projeção sobe há sete semanas seguidas. Na última, estava em 8,37%. A projeção do próprio Banco Central indica inflação este ano em 7,9%.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Embora ajude no controle dos preços, a alta da taxa prejudica a economia, com queda na produção e consumo. Para o mercado, a economia deve ter retração de 1,27% este ano. A estimativa anterior para o Produto Interno Bruto (PIB) estava em queda de 1,24%.

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