Por helio.almeida

Rio - As principais confecções de Friburgo se reúnem a partir deste domingo na 25ª edição da Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (Fevest). O evento, tradicional na cidade serrana, é um importante espaço de negócios do setor. No ano passado, movimentou em torno de R$ 48 milhões. Para este ano, a expectativa é de um aumento de 4,5% no volume de negócios, ultrapassando a marca de R$ 50 milhões, segundo o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e Região (Sindvest).

Considerada a maior feira de lingerie da América Latina%2C a Fevest reunirá este ano cerca de 100 expositores entre confeccionistas e fornecedoresDivulgação

Voltada para compradores do Brasil e do exterior, a Fevest vai contar com cerca de 100 expositores, entre confeccionistas e fornecedores. As principais peças das coleções Verão/2016 serão apresentadas em dois desfiles coletivos no primeiro dia do evento.

Especialista em moda do Senai, Milena Cariello explica que a importância da feira está na combinação de informação, capacitação, mercado e tendências. “Uma em cada quatro brasileiras usa lingerie produzida em Nova Friburgo. A cidade é capital da moda íntima no país, e responde por 25% da produção nacional. Nossa lingerie é procurada por compradores internacionais exatamente porque traduzimos a beleza e a sensualidade brasileira de forma moderna e descontraída”, comenta.

O polo têxtil de Nova Friburgo é formado por 1.324 confecções, gerando 24 mil postos de trabalhos, sendo 10 mil diretos e 14 mil indiretos.

Na edição deste ano da Fevest, a diversidade ganha mais espaço. Os expositores destacam entre os lançamentos novos modelos de lingerie plus size, além de criações voltadas para valorizar e facilitar a vida de mulheres e homens com necessidades especiais.

A NO3 aposta em tecidos emborrachados no segmento fitness%2C enquanto a Tardene Lingerie leva os modelos sensuais para o plus sizeDivulgação

“A feira apresenta coleções conectadas com os desejos do mercado consumidor. Rendas, tecidos tecnológicos e novos nichos são lançamentos importantes”, afirma Milena Cariello, especialista em moda do Senai.

A Tardene Lingerie, por exemplo, trabalha com peças sensuais em todos os tamanhos. “A coleção deste ano é chamada de ‘50 tons de sensualidade’, com cores como preto, rubi e rosa, muito em cima de tecidos mais finos, rendas e franjas. Temos peças até o tamanho 50, que é um segmento que cresceu muito. Também fizemos uma coleção especial para noivas”, explica Rita Tardin, proprietária da grife, que vende para todos os estados do país, mas tem como foco o Rio.

Já a marca Pelle Nuda trabalha com criações básicas e confortáveis, e também vem apostando no segmento plus size. Os principais mercados de atuação são Bahia, São Paulo e Rio. Mas a empresa também avista possibilidades de ampliar sua exportação para o Paraguai, onde a marca já atua. Para a diretora Andrea Luiza, a feira permite alcançar novos públicos e gerar mais negócios.

Rita Tardin concorda, e lembra que o evento não é apenas uma exposição de tendências, mas principalmente um momento de fechar vendas. “É uma feira de relacionamento, onde conseguimos conhecer novos clientes, fazer contatos. O foco é sempre no público que revende, como lojistas, magazines e atacadistas”, afirma.

Linha para gestantes

Com foco na funcionalidade, a Lucitex Lingerie lançará linha para gestantes. A empresa atua em todo o Brasil, principalmente no Sudeste. Para a diretora, Neucileia Layola, a Fevest é a principal porta de entrada do polo de Nova Friburgo no mercado nacional.

As principais peças das coleções serão apresentadas em desfiles na FevestDivulgação

“Na feira mostramos a importância da nossa produção para o Brasil e o exterior. O mais importante é entender o mercado em que estamos inseridos e identificar as necessidades do consumidor”, diz.

Confecções investem em tecnologia

O segmento fitness tem conquistado cada vez mais importância na Fevest. Mas lingeries e biquínis têm destaque pelo uso de tecnologia tanto na produção das peças, quanto no material. Sócio-proprietário da grife NO3, Ronaldo Barbosa afirma que a novidade deste ano são os tecidos emborrachados, com efeito digital, além de peças antibactericidas e com proteção UV.

“O tecido precisa trazer algum benefício ao usuário. Algumas peças ajudam a reduzir o impacto dos exercícios na musculatura, por exemplo”, conta.

Tendências da moda, como transparências, também aparecem nas roupas de ginástica, que têm a proposta de também ser usadas mesmo fora da academia. “É um fitness fashion”, resume Ronaldo.

Segundo ele, o segmento sente os impactos da crise econômica, mas é preciso continuar investindo para manter os clientes antigos e conquistar novos consumidores. “As vendas caíram de forma significativa. Fornecíamos muito para Macaé, Campos, Espírito Santo, Angra dos Reis, áreas que dependem muito do petróleo economicamente, por isso sofreram mais com a crise, algumas pessoas perderam emprego, e isso nos afetou. Mas como empresário tenho sempre que acreditar”, diz Ronaldo.

Para Andrea Luiza%2C a feira de Friburgo permite alcançar novos públicosDivulgação

Entre os planos da confecção para crescer estão investimentos em e-commerce e marketing. “Nossos clientes são fiéis, é isso que nos mantém. Para fidelizar, é importante ter qualidade com atendimento, negociação, prazos”, afirma.

Fornecedores de tecido e laços estarão no evento

Além das confecções, 24 fornecedores de matéria-prima também fazem parte do evento. É o caso da Laços Criwall, que produz laços para lingeries e acessórios. O volume de produção de peças gira em torno de 13 milhões por mês, com uma expectativa de um aumento de 20% de vendas para este ano. Os principais mercados no Brasil são Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Rio.

Para a diretora da marca, Criciana Condack, a Fevest ajuda a fidelizar os clientes. “É uma honra participar deste evento, pois é onde tudo começou. Além disso, consigo ganhar visibilidade e fideliz os clientes”, afirma.

A Elastan, por outro lado, fornece fitas elásticas e rendas. Para a Fevest, os lançamentos são alças trabalhadas para lingerie, novas rendas elásticas, bico passa-fita, viés dobrável trabalhado, nova coleção de rendas sublimadas, e elásticos modeladores em larguras maiores.

Surgida em Joinville, Santa Catarina, a Malharias Princesa tem mais de 60 anos de atuação no mercado de moda íntima e estará presente na Fevest. Assim como a Advance Têxtil, que apresentará na feira suas apostas em estamparia para a próxima estação.

Números

100 - Número de expositores na Fevest deste ano, incluindo confeccionistas e fornecedores.

4,5% - Os organizadores prevêem um incremento de 4,5% no volume de negócios na feira em relação a 2014, quando a comercialização de produtos ficou em torno de R$ 48 milhões.

1.324 - O polo têxtil de Nova Friburgo é formado por 1.324 confecções, gerando 24 mil postos de trabalhos, sendo 10 mil diretos e 14 mil indiretos, que movimentam a economia da cidade serrana fluminense e região.

SERVIÇO

A Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (Fevest) acontece entre os dias 2 e 4 de agosto, das 12h às 19h, no Country Clube de Nova Friburgo (Avenida Conselheiro Julius Arp 140).

>>> Como chegar
Partindo do Rio, há dois caminhos: pela Rodovia Niterói-Manilha ou pela Washington Luís, acessando a entrada de Parada Modelo.

>>> Credenciamento
O credenciamento pode ser feito por meio do site www.fevest.com.

>>> Realização
A Fevest é uma realização do Sindvest, com promoção do Senai/Firjan e Sebrae, patrocínio do Banco do Brasil e governo federal. Tem apoio do governo do estado, Prefeitura de Nova Friburgo, Conselho da Moda, Tex Brasil, Abit e Apex Brasil e organização Teia de Eventos.

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