Por bferreira

Rio - A poupança perdeu a atratividade para outros investimentos, como os fundos de renda fixa, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentar a taxa de juros Selic em 0,5 ponto percentual, passando de 13,75% para 14,25% ao ano.

“Não vale colocar o dinheiro na caderneta, porque ela é corrigida por taxa de juros fixa, que é 0,5% (somente enquanto a Selic for superior a 8,5%), mais a Taxa Referencial, que é próxima de zero. Em um fundo, atrelado à Selic, o rendimento mensal pode dar mais de 1%”, explica André Nassif, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Um depósito de R$ 10 mil na poupança que fica na conta pelo prazo de 12 meses, por exemplo, teria rendimento acumulado de R$ 847 (8,47% ao ano), totalizando um valor de R$ 10.847. Já o mesmo recurso aplicado em fundo de investimentos de renda fixa, com taxa de administração de 0,5% ao ano, vai render R$ 1.082 (10,82% ao ano), demonstram as simulações feitas pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A poupança só compensaria se a taxa de administração do fundo fosse superior a 2,5% ao ano — o que varia de banco para banco, de investimento para investimento. “É preciso negociar com o gerente a menor tributação possível ou até mesmo a isenção. A incidência do Imposto de Renda também tem que ser bem informada para não superar o rendimento nominal do fundo, pois a pessoa pode acabar tendo perda real”, diz Nassif.

NÃO É A MELHOR OPÇÃO

Os clientes já começaram a sentir essa diferença. Isabel Botelho, 55 anos, secretária-executiva, afirma que já percebeu que a caderneta não é a melhor opção no momento. “Nos bancos a primeira alternativa que nos oferecem é a poupança, e por ser mais fácil e não exigir nenhum conhecimento, ficamos com ela mesmo”, comenta. Já Márcia Guimarães, de 51 anos, sempre teve poupança, mas pensa em mudar. “Vou procurar minha gerência no banco para ter mais orientações sobre. Acho que a poupança não é mais a melhor opção”, analisa.

Melhores aplicações

As aplicações mais rentáveis são as atreladas à taxa Selic, que ontem o BC subiu para 14,25% ao ano, ou ao CDI (Certificado de Depósitos Bancários), segundo André Nassif, professor da FGV e da UFF. Na hora de optar pelo melhor título, ele aconselha a pensar quanto tempo o recurso poderá ficar aplicado. Se for curto prazo, é bom verificar se há liquidez diária e resgate automático. Se for longo período, há opções com remuneração maiores, desde que o dinheiro não seja sacado.

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