Por bferreira

Rio - A redução de quase 50% no número de vagas federais oferecidas para concurso público no ano que vem vai aumentar a disputa já acirrada de milhares de pessoas no país que sonham com uma carreira de servidor. Na proposta de orçamento da União apresentada pelo governo na segunda-feira, o número de vagas a serem contratadas no Poder Executivo e órgãos federais, que este ano é de 27.907 vagas, passará para 14.966 vagas ano que vem.

A criação de vagas em concursosArte O Dia

Levantamento do DIA feito com base no texto da proposta da Lei Orçamentária Anual de 2016, mostra que das 14.966 vagas, o Poder Executivo, constituído pela administração direta, será responsável por 12.624 vagas. Outras 2.234 vagas estão previstas em 14 diferentes órgãos federais, incluindo o Poder Judiciário e Poder Legislativo.

Alguns órgãos que oferecem vagas este ano zeram ano que vem, como o Conselho Nacional do Ministério Público e a Justiça Militar da União. Mas o Ministério Público da União, por exemplo, aumenta as vagas de 90 neste ano para 295 ano que vem.

A redução da contratação de servidores federais foi determinada pelo governo como uma das medidas de redução de gastos públicos do ajuste fiscal coordenado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. No orçamento da União para o ano que vem, as receitas do governo são menores que as despesas em R$ 30 bilhões. O corte de vagas é um dos mais acentuados nos últimos anos. Em 2013, foram ofertadas 48.055 vagas federais e em 2014 chegaram a 54.624 vagas.

Veja as vagasReprodução

Segundo o professor do Universo do Concurso, Rodrigo Lelis, a notícia da redução das vagas não pode deixar o aluno apreensivo, porque o corte pode ser atenuado. “Em 2011, o governo anunciou que não ia contratar servidores e houve diversos concursos naquele ano”, disse Lelis.

Para o especialista, mesmo que aconteça uma redução de 50% de quantitativo de vagas, ainda é um numero bastante atraente, afinal de contas o concurseiro só precisa de uma vaga. “Então se tiver uma vaga ou 100, ele está lutando por uma vaga só”, observou.

O professor alerta que a disputa para o concurso público é uma preparação de longo prazo, e se no ano que vem haverá uma redução, é sinal que em 2017 haverá um número muito maior de vagas. “Minha mensagem para os candidatos é para continuar estudando, procurar um bom curso e disputar essas vagas no ano que vem”, recomendou.

Saldo parcial de 2015

Entre janeiro e junho deste ano, o Ministério do Planejamento liberou 5.054 vagas (concursos e nomeações) para a contratação de novos servidores no Poder Executivo Federal. Do total de autorizações, 2,8 mil foram para a ocupação de cargos que exigem Nível Superior de escolaridade.

Do estoque autorizado, 2.285 vagas foram para novos concursos e outras 969 foram exclusivas para substituir terceirizados não contemplados nas atividades da terceirização regular listadas no Decreto 2.271/97.

Entre as ofertas no Poder Executivo, estão para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e nomeações para o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Banco Central, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq).

Para a reta final de 2015, 11 órgãos têm editais previstos para os próximos meses, com remunerações que podem chegar a R$ 19 mil. As oportunidades são para candidatos de níveis Fundamental, Médio e Superior.

Os maiores salários são para a Câmara dos Deputados. Ao todo, 288 vagas com remunerações previstas de R$ 12 mil a R$ 19 mil.

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