Por felipe.martins

Rio - Começou nesta terça-feira a greve dos bancários em todo o país, afetando principalmente o atendimento de caixas nas agências. No Rio, a paralisação deve ser maior nas unidades do Centro, onde estão concentradas as operações financeiras das instituições.

A categoria decidiu pela greve por tempo indeterminado na última sexta-feira, depois que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste e abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 16%, que inclui reposição da inflação mais 5,7% de aumento real.

Nesta segunda-feira, às vésperas da greve, o Procon Estadua vistoriou 21 agências do Itaú, Bradesco, HSBC, Santander, Banco do Brasil e CEF e autuou 20 delas por irregularidades, como a demora no atendimento. Em 12 delas, o problema foi registrado, contrariando lei municipal, que obriga as unidades a atender clientes em até 15 minutos.

Na agência do Bradesco, localizada na Rua Senador Dantas, no Centro, fiscais registraram demora de até uma hora e 20 minutos no atendimento. Também foi constatada a ausência de caixas eletrônicos adaptados, de guarda-volumes e de um biombo separando filas. Os fiscais flagraram ainda autenticação de pagamento de contas fora do boleto e atendimento sem uso de senhas.

Com o aumento do movimento nos bancos na véspera da greve dos bancários%2C clientes esperaram em filas até do lado de fora das agênciasDivulgação

Por causa da paralisação, os bancos fiscalizados também foram notificados pelo Procon para planejar reforço no atendimento durante o movimento. Segundo o comando de greve dos bancários no Rio, a mobilização deverá ser maior nas agências de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, principalmente as do Centro.

“A adesão chegará a quase 100% nas unidades dos bancos públicos da região”, declarou o diretor da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo (Fetraj), Luiz Maggi.
Presidente do sindicato dos bancários do Rio, Adriana Nalesso disse que a categoria vem negociando o reajuste há mais de 40 dias, mas a reivindicação não foi atendida.

“Para nós, o reajuste de 16% não é absurdo, se compararmos o lucro do setor. Só neste primeiro semestre, os bancos lucraram mais de R$ 37 bilhões, 27% a mais do que o primeiro semestre de 2014”, declarou ela, que acrescentou: “A maioria das instituições paga a folha de salário só com arrecadação de tarifas e ainda sobra dinheiro”.

Por meio de nota, a Fenaban informou que a entidade está aberta a negociações. Alegou ainda que o reajuste de 5,5% “está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses e que a proposta apresentada prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários. 

Lotéricas são alternativas

A Febraban orienta os clientes a fazer saques, transferências e outras operações em caixas eletrônicos, e priorizar serviços de internet banking, aplicativos no celular (mobile banking) e telefone. Os terminais das agências funcionam até 22h. E em locais de grande circulação, como shoppings e lojas de conveniência por 24 horas.

Quem tem contas de tarifas públicas vencendo, como água, telefone e energia, deve procurar as empresas para negociação. Os clientes também podem procurar as casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.

A Febraban lembra ainda que segurados do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) podem retirar a parcela do 13º salário nos terminais. Mas quem recebe pela Caixa Econômica Federal deve ficar atento: só poderão retirar o benefício nas casas lotéricas. O limite de saque nos caixas eletrônicos durante o dia varia. E à noite é de R$ 300,00.

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