Por bferreira

Rio - Até 2 mil empregados que trabalhavam nas obras de construção civil da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, serão demitidos por empresas subcontratadas pela construtora empreiteira Andrade Gutierrez, responsável pelo projeto.

As dispensas começaram após o cancelamento dos contratos de prestação de serviço pela empresa Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras, que é dona da usina.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar), com o cancelamento das obras de Angra 3, 1.125 trabalhadores já estão com a homologação da demissão em andamento, conforme notificação da construtora feito na quarta-feira passada.

A suspensão dos contratos foi determinada pela Eletronuclear após a posse do novo presidente da empresa, Pedro Figueiredo, que assumiu o cargo no último dia 29 de setembro em substituição ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção. Na posse, ele explicou que a suspensão dos contratos era necessária para reavaliação das suas condições. 

A Andrade Gutierrez é uma das empresas investigadas na Lava Jato e seu ex-presidente, Otávio Marques de Azevedo, está preso em Curitiba. O prazo inicial de suspensão dos contratos de construção da usina nuclear de Angra 3 é de 90 dias, podendo ser prorrogado para até 120. A justificativa apontada pela estatal foi de que a situação é excepcional.

No início de setembro a Eletronuclear já tinha suspendido o contrato com o consórcio Angramon, responsável pelas obras da montagem eletromecânica da usina. Em agosto, saíram do Angramon as empresas Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Participam ainda do consórcio a UTC, a Andrade Gutierrez, Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e a Techint. A maioria das empresas também é investigada na Lava-Jato.

Procuradas, a Eletronuclear e a Andrade Gutierrez informaram que não comentariam o assunto.

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