Por bferreira
Brasília - O governo insistirá na proposta que fará as mulheres trabalharem mais cinco anos, tendo o mesmo tempo de contribuição que os homens, para se aposentar pelo INSS. Além disso, a ideia é estabelecer também algum tipo de mecanismo que fixe uma idade mínima para concessão de aposentadorias por tempo de contribuição para ambos os sexos. As possibilidades de mudanças estão em estudo e fazem parte da proposta de reforma da Previdência que será encaminhada ao Congresso no ano que vem.
Na segunda-feira%2C a presidente Dilma se reuniu com os ministros Valdir Simão%2C Jacques Wagner e Nelson Barbosa para tratar da reforma defendida pelo ex-ministro LevyABr

Os assuntos foram discutidos pela presidente Dilma Rousseff em reunião na segunda-feira com os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão. A idade mínima pretendida seria de 65 anos para homens e mulheres para concessão do benefício por tempo de contribuição, igualando o tempo de trabalho com carteira assinada para trabalhadoras e trabalhadores. Atualmente, não há idade mínima, e as mulheres precisam contribuir por 30 anos e os homens por 35 anos.

O governo quer negociar a proposta de reforma com a sociedade. Os debates devem ocorrer no ano que vem em reuniões do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, que tem a participação de representantes do Executivo, empresários, trabalhadores e aposentados. O último encontro do fórum, em 15 de dezembro, não tratou da reforma. Foram abordadas apenas propostas para retomada do crescimento.

Igualar a idade mínima da mulher ao mesmo período do homem para que possam se aposentar era proposta defendida pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conforme O DIA informou em 11 de dezembro. Pelo estudo, as mulheres teriam que trabalhar mais e tanto quanto os homens para ter a concessão da aposentadoria tempo de contribuição.
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Além de Nelson Barbosa e Valdir Simão, também participaram da reunião de segunda-feira com Dilma, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Foram discutidas ainda ações para aumentar o investimento na economia, incentivar a demanda com a oferta de crédito e fazer o governo voltar a registrar superávit primário. Dilma reforçou a orientação de que o ajuste fiscal é sua prioridade.
CUT: brasileiro é contra alterações
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Oito em cada dez brasileiros rejeitam mudanças nas regras da Previdência. O resultado da pesquisa feita pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi divulgado ontem, um dia após a reunião da presidente Dilma com ministros para discutir propostas de reforma que impõe limites de idade mínima à aposentadoria.
De dois mil entrevistados pelo Vox Brasil, 88% responderam que o governo não deveria dificultar as regras para aposentadorias do INSS. Do total, 87,3% são homens, e 87,7% mulheres. Apenas 9% (9,7% homens e 8,2% mulheres) concordam com as medidas analisadas pela equipe econômica e 4% não souberam ou não responderam (3% homens e 4% mulheres). Junto com a CUT, as demais centrais devem fazer manifestações contra as mudanças que possam prejudicar os trabalhadores.
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O aumento da oferta de crédito para fortalecer o mercado consumidor também foi aprovado pela maioria dos pesquisados. Para 65% dos participantes, a medida ajudaria o país. Quanto aos programas sociais, 75% dos trabalhadores responderam que o governo não deve cortar recursos.
Questionados sobre redução de impostos sobre salários e aumento de impostos sobre os lucros e ganhos das empresas, 82% responderam que diminuir impostos sobre salários seria a saída o país.