Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A inflação oficial do país, medida pelo IPCA, abriu o ano em alta, pressionada pelos preços dos alimentos — como cenoura, cebola e tomate — e reajustes das tarifas de transporte público, sobretudo no Rio de Janeiro. O índice fechou janeiro em 1,27%, depois de avançar 0,96% em dezembro. Essa foi a maior taxa registrada para meses de janeiro desde 2003, quando atingiu 2,25%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
Em 12 meses, o indicador também acumulou alta de 10,71%, acima do acumulado nos 12 meses anteriores (em 2015). O resultado não só mostra alta no custo de vida do brasileiro, como dá uma prévia de que pode encarecer ainda mais. Se o consumidor se redobrava para manter itens básicos à mesa, agora, deve adotar medidas radicais. Confira dicas de substituição de alimentos no box ao lado.
O motociclista Fabio Souza%2C que comprava tomate ontem%2C disse o que faz se acha preço mais alto. “Compro menos quantidade. Ou não levo. É o jeito”%2C conta o consumidorAlexandre Brum / Agência O Dia

Os ‘vilões’ da inflação em janeiro foram a cenoura, com alta de 32,64%, o tomate, com alta mensal de 27,27% e 67,03% em 12 meses, e a cebola, que variou 22,05% no mês e que acumulada a maior alta em 12 meses, com variação de 79,59%.

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A inflação também afetou o prato típico brasileiro: o feijão mulatinho aumentou 9,75% no mês e em 12 meses 41,39%. O arroz, 1,37% no mês e 10,52% em 12 meses. Segundo o IBGE, as chuvas no Sul e o aumento do custo do transporte provocaram a alta. “A chuva prejudicou a lavoura. O diesel mais caro aumenta o frete. E o dólar alto eleva preço de fertilizantes, máquinas e custo de produção”, diz Eulina Nunes, pesquisadora do IBGE .
Para o economista Gilberto Braga, a expectativa é de alta ainda para os próximos dois meses: “Não há saída. Tem que pesquisar preço e aderir às compras coletivas”. “Pesquiso preço e compro menos quantidade. Ou não levo. É o jeito”, conta o motociclista Fábio Souza, 44. O grupo Transportes também pressionou o IPCA, com alta de 1,77% em janeiro. Os combustíveis subiram 2,11% e os transportes públicos de 3,84%.
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RIO TEM MAIOR ALTA
A Região Metropolitana do Rio teve o IPCA mais alto (1,82%) no mês em comparação com os de Salvador, Recife, Vitória, São Paulo e Belo Horizonte, pressionado por tarifas de ônibus e de táxi.
Os passagens dos ônibus aumentaram 5,61%, e o Rio lidera a lista: variação foi de 10,59%. Os ônibus intermunicipais também pesaram para o aumento da inflação no país, com alta de 6,14%. A alta no Rio foi de 8,62%. O reajuste da tarifa de taxi foi 8,76% na cidade. 
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No Carnaval, bebidas ficam até 200% mais caras nas ruas
Na semana do Carnaval, quem pretende economizar nas bebidas, seja cerveja, refrigerante, entre outras, tem que abrir o olho. Tanto nos blocos, como nas praias, os produtos ficam muito mais caros nessa época. Levantamento feito pelo especialista e consultor em Varejo, Marco Quintarelli, mostra que o preço do item nas praias e nos blocos de rua pode variar até 200%. É a hora do folião estocar a bebida em casa e evitar pagar caro.
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“O preço das bebidas mais consumidas nesta época do ano estão de espantar qualquer folião. Os consumidores que aproveitam o Carnaval para ir à praia ou à rua terão que mudar a forma de fazer o esquenta da folia”, observou o especialista. Quintarelli explica que as variações de 68% a 200% de preços ao consumidor final são em comparação aos do supermercados.
“O preço médio da lata de cerveja nos mercados é R$ 2,50. Com ambulantes e quiosques da praia está entre R$ 5 e R$ 6. A variação é de 100 a 140%”, aponta. O preço médio do refrigerante nos mercados é R$1,80, e na rua está R$5: diferença de 178%. E a água é vendida a R$ 1 e a R$ 1,10. Com ambulantes está R$ 3, uma alta de 172% a 200%.
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OPÇÕES
A nutricionista Christina Azevedo ensina como substituir alimentos por outros com mesmo conteúdo nutricional. Confira:
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CENOURA
Opte pela abóbora, que está mais em conta.
TOMATE
Troque pelo molho de tomate ou o tomate industrializado (cuidado com excesso de sódio). Como tempero, substitua por açafrão.
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CEBOLA
Procure outros temperos, como cebolinha, salsão, alho poró e cheiro verde.
BATATA-INGLESA
A batata doce, o inhame e o aipim são os substitutos.
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ALHO
Troque pelos mesmos indicados para a cebola.
FEIJÃO MULATINHO
Qualquer feijão substitui, como o vermelho (mais barato). Troque por outros grãos, como lentilha. Isso vale para o feijão-carioca.
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HORTALIÇAS
A especialista alerta: “É complicado substituir devido ao conteúdo de fibras”. Consuma frutas com casca.
FARINHA MANDIOCA
Troque por aveia.
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AÇÚCAR REFINADO
Ainda é o menos caro. Modere o consumo.
PÃO DE FORMA
Batata doce e aveia.