Por bferreira
Rio - Estudantes que vão começar a jornada acadêmica em instituições privadas de Ensino Superior e não conseguiram crédito por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ainda podem garantir o sonho de ter esse grau de formação. O mercado oferece várias alternativas e, em época de orçamento apertado, instituições financeiras estão abrindo até mão dos juros para atrair novos alunos.

A Pra Valer, por exemplo, faz um feirão online até o próximo dia 12, dando como condição a contratação do financiamento sem juros. Os pré-requisitos são o aluno ter um fiador, e as rendas dos dois somadas devem ser de, no mínimo, duas vezes e meia o valor da mensalidade. Por exemplo: se a mensalidade for de R$ 1.000, os dois precisam apresentar juntos uma renda de, pelo menos, R$ 2.500. Se o aluno não tiver renda, o fiador pode comprovar o valor sozinho.

Clique na imagem acima para ver o infográfico completoArte%3A O Dia

Após a conclusão do curso, há um prazo de quatro anos para o pagamento da dívida. Para participar da promoção, o aluno deve entrar no site da Pra Valer (www.creditouniversitario.com.br/) e preencher um cadastro para a avaliação de crédito.

Já a Universidade Estácio oferece linha própria de crédito, também sem juros. O financiamento pode ser contratado a partir de uma simulação feita no site da instituição (portal.estacio.br/financiamentos.aspx), mas o aluno precisa já estar matriculado na faculdade. É válido para todos cursos, menos Medicina.
Publicidade
Há ainda a possibilidade de conseguir crédito por intermédio dos bancos comerciais. O Bradesco, por exemplo, possui linhas para correntistas que estejam vinculados a universidades conveniadas com o banco. O aluno pode financiar até 100% dos custos de cada semestre, sendo que os juros variam de acordo com o convênio firmado entre as partes: banco e a instituição de ensino. No entanto, o patamar mínimo é de 1,20% ao mês. Para contratar o crédito, o aluno precisa ir a uma agência bancária para fechar o contrato.
No Santander, as taxas de juros são de 2,39% ao ano e o aluno tem até 36 meses para pagar a dívida após a formatura. Entretanto, é necessário ser correntista da instituição. Para contratar, o estudante deve entrar em contato com o seu gerente.
Publicidade
O especialista em finanças pessoais, Gilberto Neves, alerta que os bancos privados devem ser a última opção, em razão dos juros altos. “O aluno tem que ter em mente que é um compromisso a longo prazo, logo, todos os detalhes precisam ser analisados. Juros altos são o principal deles, já que não temos previsão de queda da taxa, apenas aumento”, reforçou.
Além disso, Neves alerta para que o aluno não fique inadimplente. “As cobranças são mensais, logo, acumulam. É muito importante que o estudante mantenha o pagamento para não virar uma bola de neve nem colocar o fiador em risco. Por isso, aconselho que a escolha do curso seja bem pensada, para que o futuro salário seja suficiente para arcar com a dívida”, acrescentou.
Publicidade
Para ele, entretanto, a bolsa estudantil, também oferecida pelas faculdades, pode ser uma saída mais realista nesse momento de crise. “Antes do financiamento, recomendo que tente desconto. Assim, não existe dívida”, diz.
CORTES NO FIES
Publicidade
Os cortes feitos no Fies abriram espaço para financiamentos alternativos. Isso aconteceu principalmente porque o Ministério da Educação passou a distribuir as vagas exigindo nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio. Dessa forma, instituições com muitas vagas passaram a não alcançar o público qualificado o suficiente.
Outra alteração foi a limitação de renda. O público-alvo do programa foi redimensionado para atingir os estudantes cuja renda familiar per capita seja de até 2,5 salários mínimos (R$ 2.200). Até o último ciclo, os financiamentos eram concedidos a estudantes com renda familiar mensal de até 20 salários mínimos (R$ 17.600).
Publicidade
CUIDADOS NA CONTRATAÇÃO
Se o aluno tem condições de pagar integralmente a mensalidade sem comprometer outras contas, esse é o melhor caminho. Desse modo, a faculdade pode oferecer algum desconto. Vale tentar negociar.
Publicidade
Compare as universidades avaliando preço, nota do MEC, infraestrutura, parcerias com instituições internacionais, entre outros pontos. Nem sempre o mais caro é de fato a melhor opção.
Bolsas de estudo são sempre uma excelente alternativa. Há cursos e instituições que oferecem até 100% do valor da mensalidade. No entanto, essas bolsas são muito disputadas e as regras para ter direito variam de universidade para universidade. O melhor caminho é escolher o curso que você quer e se informar nas instituições de ensino que oferecem.
Publicidade
Não esqueça dos gastos complementares. Lembre-se que, além de estar em dia com a matrícula, a universidade ainda acarreta alguns gastos inevitáveis como transporte até o local, materiais, papelaria, entre outros. Por isso, reserve dinheiro e esteja preparado.
Como o financiamento é pago após a conclusão do curso, avalie o mercado de trabalho da futura profissão. O importante é analisar se a média salarial será suficiente para arcar com as dívidas estudantis.
Publicidade
Cuidado com o fiador. Algumas linhas de crédito têm esse requisito e é importante levar em conta a segurança financeira da pessoa escolhida. Além disso, é importante não ficar inadimplente com o financiamento, para não colocar os bens do fiador em risco.
FGTS poderá ser usado para quitar dívidas universitárias

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou, com emenda, proposta que permite ao trabalhador usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar juros, amortizar ou liquidar contrato de financiamento de curso de ensino superior. Relatora, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) modificou o projeto original (PL 7.747/10), do deputado Augusto Carvalho (SD-DF), para permitir o saque de recursos do fundo em qualquer financiamento estudantil de Nível Superior.

A relatora do projeto%2C Flávia Morais%2C diz que o FGTS vive momento de equilíbrio econômico-financeiroReprodução

Inicialmente, a proposta previa utilização do FGTS apenas no âmbito do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Flávia Morais argumenta que o FGTS vive um momento de equilíbrio econômico-financeiro, com mais de R$ 200 bilhões de ativo e R$ 30 bilhões de patrimônio líquido.

Publicidade
“Essa realidade capacita o fundo a permitir que os titulares das contas vinculadas possam usufruir de seus recursos para situações prementes, como a amortização de dívidas junto aos programas de financiamento estudantil”, disse Morais.
A relatora destaca ainda que o texto não cria a possibilidade de pagamento de mensalidade escolar, mas apenas autoriza a quitação de débitos residuais.
Publicidade
O projeto ainda será analisado pelas comissões de Educação, de Finanças e Tributação e de Constituição.
FACULDADES FINANCIAM A PÓS-GRADUAÇÃO
Publicidade
As faculdades e instituições financeiras também financiam as pós-graduações. A Pra Valer cobre até 100% do curso, pagando em até 39 parcelas após a conclusão. O crédito é para todos os tipos de pós-graduação, como especialização, MBA, mestrado e doutorado. O aluno pode solicitar o financiamento no sitewww.creditouniversitario.com.br/conheca-mais/pos-graduacao
.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) possui plano de financiamento que cobre de 20% a 100% da mensalidade. O valor deve ser devolvido a partir do quinto ano depois do início do curso. Para fazer parte do programa, é necessário ir à secretaria da unidade desejada.
Publicidade
A Caixa Econômica Federal também possibilita o financiamento da pós. Entretanto, é necessário ser correntista do banco. O empréstimo pode ser financiado em até 36 meses, com taxa não divulgada. O valor máximo é de R$ 30 mil. Para contratar, é necessário conversar com o gerente.