Por raphael.perucci

Rio - Terminou nesta terça-feira sem acordo mais uma reunião entre o governo municipal e profissionais da Educação. Novamente, a recusa em conceder o reajuste de 19% fez a categoria manter a paralisação, mesmo com a advertência do secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Teixeira, de que o corte de ponto dos grevistas seria mantido.

A promessa de estudo de medidas administrativas e pedagógicas que não implicam em gastos e a possibilidade de nova reunião, hoje ou amanhã, mantiveram aberto o diálogo entre governo e grevistas. “Ouvimos em todas as reuniões que o aumento de 19% é inviável. Só aceitaremos esse argumento quando as contas da prefeitura forem abertas e a inviabilidade for comprovada publicamente. Até lá, manteremos a paralisação”, afirmou o coordenador geral do Sindicato Especial dos Profissionais de Educação (Sepe), Alex Trentino.

Profissionais da Educação protestaram em frente à PrefeituraSeverino Silva / Agência O Dia


O secretário Pedro Paulo — que recebeu os grevistas porque o prefeito Eduardo Paes não estava no Rio — preferiu focar no plano de cargos, carreiras e remuneração, como medida imediata. “É o que temos a oferecer. O cronograma já foi publicado no Diário Oficial, o que mostra o comprometimento da prefeitura em solucionar um dos pedidos do movimento”, garantiu, sem conseguir persuadir os grevistas a retomarem suas atividades.

Uma nova assembleia da categoria será realizada na sexta-feira, em local ainda não definido. No encontro, serão apresentadas as respostas da prefeitura aos pleitos sobre questões pedagógicas.

Multidão se concentrou na Tijuca e seguiu para a Cidade NovaSeverino Silva / Agência O Dia

Passeata de professores percorre ruas da Tijuca

O encontro com o secretário foi depois de uma passeata pacífica que, segundo o Sepe, reuniu 20 mil manifestantes. Eles percorreram as ruas da Tijuca até chegar à Cidade Nova. O sindicato informou que 90% dos professores aderiram à paralisação de ontem. Já a Secretaria Municipal de Educação alegou que a adesão foi de 17,5% dos profissionais.

Além de professores, participaram do protesto merendeiras, auxiliares de creche, aposentados e alunos. Durante a caminhada, foram cantadas paródias de músicas tendo como principais alvos a secretária municipal de educação, Cláudia Costin, e o prefeito Eduardo Paes.

Na pauta de reivindicações, além do reajuste salarial e do plano de carreira, autonomia pedagógica e participação do Sepe no Grupo de Trabalho que enviará proposta à Câmara.
Manifestantes garantiam não temer o corte de ponto ou demissões anunciados por Paes, com exclusividade, ao DIA. “O aumento do número de manifestantes nos atos mostra que a repressão só aumenta a indignação”, disse a professora Marta Moraes.

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