Rio - O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na noite de terça-feira, a suspensão imediata da greve dos professores estaduais, que já dura 28 dias. Mesmo depois da decisão, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) decidiu continuar a paralisação e anunciou que vai recorrer da medida. Nesta quarta, cerca de 300 professores ocuparam o saguão do prédio do Centro Administrativo do governo, na Rua da Ajuda. Trinta policiais fizeram a segurança no local, impedindo o acesso aos elevadores.
Pela decisão, o Sepe será multado em R$ 300 mil, por dia, se não cumprir a ordem em 24 horas, a partir da notificação. Porém, de acordo com a diretora de imprensa do sindicato, Vera Nepomuceno, o Sepe recusou-se a receber ontem o documento de um oficial de Justiça, durante a ocupação do prédio: “Entendemos que ele deve nos entregar na sede do sindicato, não aqui.”
Entre as reivindicações, os professores pedem reajuste salarial de 28%, plano de carreira para funcionários administrativos e a livre escolha de diretores das escolas, hoje feita por concurso. Mas, segundo Vera, em reunião com o subsecretário de Gestão de Pessoas e o chefe de Gabinete da secretaria de educação, Luiz Carlos Becker e Sergio Mendes, foi ofertada apenas uma proposta de implementar a demanda de uma matrícula por escola, no prazo de cinco anos.
“O governo é intransigente, não avança na pauta. Agora queremos falar com quem manda, o governador Sérgio Cabral ou o vice, Luiz Fernando Pezão”, disse Vera, no prédio onde funcionam órgãos do executivo, como a Secretaria Estadual de Obras. Em nota, a Secretaria de Educação, que não fica no local, lamentou a ocupação. “A atitude dos sindicalistas é inapropriada e lamentável, pois ocorreu após a reunião desta quarta-feira, solicitada pelo Sepe. É mais uma demonstração de que o sindicato não busca negociação.”