Rio - Após o reinício das aulas na rede municipal, quarta-feira, o Sepe se reuniu nesta quinta-feira com a secretária de Educação do Rio, Cláudia Costin, e o chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), um dos pontos acordados — o abono das faltas durante a paralisação — não foi cumprido. Mediante a denúncia, a secretaria se comprometeu a publicar decreto garantindo o que prometera.
“Há diretores descontando dias não trabalhados. Inclusive o acordo é de abono para outras paralisações (de 2009 até agora)”, revelou Susana Gutierrez, coordenadora do Sepe na capital.
A secretaria ficou ainda de enviar o Plano de Carreira para votação na Câmara até segunda. O Sepe poderá incluir seus pedidos para emenda. Outro questionamento é sobre a reposição das aulas: a prefeitura pediu que inclua janeiro. Mas o Sepe diz que por estar em estado de greve não há como definir esse calendário agora.
Ultimato para rede estadual
O governo do estado deu ontem ultimato aos professores da rede, em greve há 36 dias. Se eles suspenderem o movimento na segunda-feira, a Secretaria de Educação promete retirar as duas ações judiciais que move contra o Sepe — uma delas prevê multa diária de R$ 300 mil pela continuidade do movimento e outra, de R$ 500 mil, por causa de paralisação em abril.
A proposta foi feita pelo deputado estadual e líder do governo na Alerj, André Corrêa (PSD), e será avaliada em assembleia na mesma segunda-feira. Segundo a comissão do Sepe que se reuniu com o parlamentar ontem, na Alerj, ele ainda se comprometeu em mediar encontro com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. Corrêa negou: “Não assumi esse compromisso”.
Para pressionar a negociação, 50 servidores continuarão acampados em frente à Casa. “A condição para sairmos é o encontro com o Pezão”, disse a coordenadora do Sepe, Ivonete Conceição.
O deputado — que antes da reunião conversou com o secretário Wilson Risolia — apresentou ainda outras propostas. “Cada ponto da pauta de reivindicações foi debatido. O Sepe não decidirá, e sim a assembleia de segunda”, declarou Marta Moraes, coordenadora do sindicato.
Segundo o parlamentar, o reajuste salarial de 20% só poderá ser debatido em 2014.
Sobre a mudança da carga horária de funcionários para 30 horas semanais, ele foi mais otimista: a Procuradoria Geral do Estado fará avaliação e responderá em 15 dias. Corrêa afirmou que o projeto ‘Uma matrícula, uma escola’ (cumprimento da carga horária em uma unidade) e um terço para planejamento poderão ser discutidas em Grupo de Trabalho, após a greve.
A secretaria também se comprometeu a fazer um censo de seus funcionários de apoio, para se posicionar sobre novo Plano de Carreiras.