Rio - Cerca de 47 profissionais da rede municipal de ensino invadiram e ocuparam o 13º andar do prédio da Prefeitura do Rio, na tarde desta sexta-feira. O Batalhão de Choque da PM foi acionado para o local. Do lado de fora, milhares de profissionais protestam na Avenida Presidente Vargas, que chegou a ficar fechada nos dois sentidos.
Mais a frente, a Avenida Rio Branco foi fechada a partir da Avenida Presidente Vargas, onde professores da rede estadual também protestam.
Profissionais do município reclamam de descumprimento de acordo
O principal motivo alegado pelos profissionais da rede municipal para a retomada da greve, decidida após assembléia nesta manhã no Clube Municipal, na Tijuca, seria o descumprimento do acordo, por parte da prefeitura, na elaboração do novo plano de cargos enviado para a Câmara de Vereadores. A paralisação havia sido suspensa pela categoria no dia 10 deste mês.
Após a assembleia, os profissionais saíram em manifestação. As ruas Haddock Lobo, na altura da Rua Afonso Pena, e Campos Sales foram fechadas para a passagem do grupo, que seguiu em direção à Prefeitura.
Na prefeitura, os docentes pretendem fazer uma ato simbólico rasgando o novo plano de cargos. Na assembléia, muitos profissionais estavam com os rostos maquiados e vestidos de fantasmas, ironizando o plano de carreira que, segundo eles, excluiu 93% da categoria.
A professora de Matemática Áurea Bittencourt, de 48 anos, está há 13 na rede municipal. "Não existo mais. A Prefeitura nos ignorou", disse.
O prefeito Eduardo Paes afirmou nesta quinta-feira que se a categoria votasse pelo retorno à greve será uma decisão política do Sepe.
“Greve por reajuste salarial é legítima e aceito. Mas greve para discutir plano de cargos e salários que já está na Câmara de Vereadores é outra coisa. Se fizerem greve só tenho a lamentar, não tenho o que fazer. O que não dá é autoritarismo do outro lado. Ou é o que eles (Sepe) querem ou param? É assim a negociação sindical? Acho uma pena. Não tenho mais o que fazer. Eu atendi tudo o que eles queriam. Eu vou começar a achar de fato que é um processo político eleitoral, com participação do Psol, do PSTU e de outros P que eles tenham”.
Paes também declarou que a discussão com a prefeitura terminou: “Agora é com o parlamento. A discussão com a prefeitura terminou. O prefeito fez tudo aquilo que acordou, sem tirar nem por”.
Coordenadora do Sepe, Suzana Gutierrez rebateu que o sindicato não tem vínculos políticos: “Nosso partido é a Educação. O retorno à greve será motivado porque não foi apresentado plano unificado de professores e administrativos, não houve valorização da formação e não alteraram a progressão por tempo de serviço”.