Por bianca.lobianco

Rio - A sessão extraordinária desta quinta-feira na Câmara dos Vereadores foi suspensa por conta do protesto que está sendo realizado no local. Os professores tomaram as galerias e o plenário da Casa. Na ocasião seria votado o plano de cargos e salários dos profissionais da educação. Uma assembleia foi marcada para às 10h desta sexta-feira, na Cinelândia.

Mais cedo, houve confusão em frente à Câmara. Cerca de 500 pessoas tentavam entrar no legislativo para acompanhar a votação. Os professores reclamaram durante a distribuição das senhas e disseram que os números se esgotaram muito rápido. 

Professores fazem protesto em frente à CâmaraMárcio Moraes / Agência O Dia

Os profissionais são contra a votação do projeto apresentado pelo prefeito Eduardo Paes. O plano enviado na última semana pela prefeitura foi criticado pelos docentes, que retomaram a greve na última sexta-feira. Por volta das 17h, o vereador Paulo Messina (PV), enviou uma mensagem de texto a Suzana Gutierrez, do Sepe. Ele perguntou se “podia ir à assembleia (de hoje) para apresentar as emendas ao plano do governo”, proposta rejeitada pelos professores.

Os vereadores da base do governo foram escoltados por PMs para deixar a Câmara. Quando passou pelo plenário, Jorge Felippe (PMDB), bateu boca com membros do Sepe. “Nós queremos um plano de cargos justo, vereador”, gritou um professor. Em resposta, Felippe disse que alguns educadores aceitaram o plano de cargos do governo.

Paes declarou nesta quarta, no Palácio da Cidade, que não decidiu se vai cortar o ponto dos servidores do município em greve. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) informou que também vai recorrer dessa decisão. O prefeito voltou a criticar o Sepe e disse que foi “ingênuo” em acreditar no sindicato: “Fizemos dez reuniões, participei de três, demos cafezinho, água e demorei a entender a real intenção deles”.


Estado corta o ponto dos servidores já este mês

A Secretaria Estadual de Educação vai cortar o ponto de cerca de 700 servidores da pasta que estão em greve. Também será encaminhado procedimento administrativo à Secretaria de Planejamento e Gestão de 300 funcionários que se ausentaram do trabalho por dez dias consecutivos. Dependendo do resultado, eles podem ser demitidos.

A data de referência do corte de ponto será 6 de setembro, quando o Sepe foi notificado pela Justiça da ilegalidade da paralisação, que começou em 8 de agosto. O débito será aplicado no contracheque deste mês. A decisão foi tomada pela pasta após publicação do acórdão pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). O Sepe informou que vai recorrer.

Protesto reúne cerca de 500 pessoas no CentroMárcio Moraes / Agência O Dia

A demissão do servidor grevista pode ocorrer após instauração de processo administrativo. O funcionário tem o direito de apresentar a defesa e manifestar interesse em continuar no estado ou não. Se a Secretaria de Planejamento decidir que a inocência não foi comprovada, ele é demitido.

Em nota, a pasta informou que aceita abrir mesa de negociação, com os sindicatos, ao fim da greve. Nela estarão o secretário de Educação, Wilson Risolia e o líder do governo na Alerj, deputado André Correa (PSD). O objetivo é discutir a política salarial para os profissionais da área.

A Educação também se comprometeu em retirar os processos de multas contra o Sepe por conta das greves de 2013. A secretaria esclareceu que a rede de ensino tem 91 mil servidores, entre docentes e integrantes de apoio. Segundo a pasta, foram feitas cinco reuniões com os sindicalistas desde 8 de agosto.


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