Rio - Durante assembleia realizada do lado de fora da Câmara dos Vereadores, na manhã desta sexta-feira, os professores da rede Municipal decidiram manter a greve. De acordo com os docentes, eles pretendem permanecer no plenário pelo menos até a próxima terça-feira, quando foi marcada nova votação do plano de cargos e salários dos profissionais.
Uma comissão formada por sete professores seguiu para a sede da Prefeitura, na Cidade Nova. Eles vão tentar um encontro com o prefeito Eduardo Paes. Cerca de 50 pessoas estão dentro do legislativo. Durante a noite, 30 professores acamparam em frente ao local.
O policiamento no entorno do Palácio Pedro Ernesto foi reforçado. Uma grande concentração de professores é vista do lado de fora da Casa. Eles protestam pacificamente. Alguns profissionais tentaram entrar na Casa, mas foram impedidos pelos militares.
Uma audiência pública programada para está sexta-feira e uma solenidade não divulgada foram suspensas por conta da ocupação dos professores na Câmara.
Também nesta quinta-feira, a sessão extraordinária na Câmara foi suspensa por conta do protesto que foi realizado no local. Os professores tomaram as galerias e o plenário da Casa. Na ocasião seria votado o plano de cargos e salários dos profissionais da educação.
Mais cedo, houve confusão em frente à Câmara. Cerca de 500 pessoas tentavam entrar no legislativo para acompanhar a votação. Os professores reclamaram durante a distribuição das senhas e disseram que os números se esgotaram muito rápido.
Os profissionais são contra a votação do projeto apresentado pelo prefeito Eduardo Paes. O plano enviado na última semana pela prefeitura foi criticado pelos docentes, que retomaram a greve na última sexta-feira. Por volta das 17h, o vereador Paulo Messina (PV), enviou uma mensagem de texto a Suzana Gutierrez, do Sepe. Ele perguntou se “podia ir à assembleia (de hoje) para apresentar as emendas ao plano do governo”, proposta rejeitada pelos professores.
Os vereadores da base do governo foram escoltados por PMs para deixar a Câmara. Quando passou pelo plenário, Jorge Felippe (PMDB), bateu boca com membros do Sepe. “Nós queremos um plano de cargos justo, vereador”, gritou um professor. Em resposta, Felippe disse que alguns educadores aceitaram o plano de cargos do governo.
Paes declarou nesta quarta, no Palácio da Cidade, que não decidiu se vai cortar o ponto dos servidores do município em greve. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) informou que também vai recorrer dessa decisão. O prefeito voltou a criticar o Sepe e disse que foi “ingênuo” em acreditar no sindicato: “Fizemos dez reuniões, participei de três, demos cafezinho, água e demorei a entender a real intenção deles”.