Por tamyres.matos

Rio - A assembleia de professores estaduais realizada no Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte, nesta quinta-feira, é marcada por forte tensão. Um grupo de educadores está descontente com o acordo firmado entre a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), que aceitou acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para encerrar a paralisação.

O Sepe se viu pressionado pela possibilidade de ver cair a liminar que impedia o estado de cortar o ponto de servidores em greve. Os profissionais insistem que apenas a assembleia pode acabar com a paralisação. O esquema da votação desta quinta está funcionando da seguinte maneira: 10 pessoas expõem argumentos a favor da continuidade da greve e 10 pessoas vão falar contra e logo depois todos os presentes à reunião devem votar.

Diretor do Sepe, Roberto Simões, diante das cerca de 900 pessoas presentes à assembleiaJúlia Amin / Agência O Dia

Uma faixa foi retirada do local onde os profissionais expõem seus argumentos e foi rasgada. A seguinte frase foi a causadora de indignação: "Direção pelega, com a base não tem arrego". A ativista Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, falou durante a assembleia. Ela pediu pela continuidade da paralisação. "Esta luta é de todo mundo. Ainda tenho cinco amigos presos. Eu apoio completamente a greve.

Contratação de professores pode ocorrer

A Secretaria Estadual de Educação já anunciou as medidas que serão adotadas, caso a assembleia decida por manter a paralisação, que já dura 78 dias. Entre as alternativas estão a contratação de professores da própria rede para fazer hora-extra e de docentes temporários.

As secretarias estadual e municipal de Educação também estão definindo como será a reposição dos dias parados. No estado, a pasta informou em nota que “haverá aulas aos sábados e nos dias de semana após o horário normal. Se for necessário, haverá também aos domingos”.

Também em nota, a Prefeitura do Rio explicou que a reposição ocorrerá de duas formas: “a partir do plano de reposição de cada escola e recuperação emergencial de aprendizagem por meio de intensificação do reforço escolar para os mais prejudicados, leitura e dever de casa com material especificamente preparado para essa reposição, além de aulas da Educopédia”.

Segundo o município, “poderão ser usados, além do contraturno, a semana prevista para o período de recesso do mês de dezembro de 2013, os sábados e os dias em que não estejam previstas atividades regulares nas unidades escolares, horários vagos na grade escolar e também janeiro de 2014”.

Caso a rede estadual permaneça em greve, o governo poderá descontar os dias parados e abrir processo disciplinar administrativo. Profissionais da rede municipal se reúnem nesta sexta, às 13h, também na Tijuca.

PLANO DE REPOSIÇÃO
O plano de reposição de aulas no estado prevê a contratação de professores com horas-extras. Também vai oferecer materiais de reforço, orientações pedagógicas com planos de estudos, oficinas, teleaulas, simulados, recursos digitais e aulas multidisciplinares.

ESCLARECIMENTO
A Secretaria Estadual de Educação esclareceu que não se comprometeu em reajustar salários. Destacou que já foi concedido aumento de 8% a todos os servidores da pasta e mais auxílio alimentação, que foi um benefício novo para o grupo.

ACORDO CUMPRIDO
A Secretaria Estadual de Educação também informou que espera que o Sepe cumpra o acordo firmado com o ministro Luiz Fux, no Supremo Tribunal Federal (STF). E que os professores grevistas voltem ao trabalho amanhã.

SEM AVANÇOS
A coordenação geral do Sepe se reuniu ontem à tarde para debater o acordo assinado com a prefeitura e o estado. Para Suzana Gutierrez, não houve avanços concretos no termo e caberá à categoria decidir, em assembleia, os rumos da paralisação.

CONSELHO DELIBERATIVO
A Regional I do Sepe (1ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio e Zona Sul) promove hoje assembleia local da rede municipal, às 10h, no Sindicato dos Trabalhadores da Saúde e Previdência (Sindsprev), localizado na Rua Joaquim Silva 98, Lapa.

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