Por thiago.antunes

Rio - Alunos da rede municipal retornam nesta terça-feira às salas de aula com dúvidas sobre a reposição de aulas. Nas escolas estaduais, que voltaram a funcionar na sexta-feira, a incerteza é a mesma. Ontem, houve aula no estado para compensar os dias de greve, apesar do feriado do Dia do Servidor. As escolas deverão apresentar até o final desta semana um cronograma para a reposição de conteúdo às duas secretarias. Aulas depois do horário normal, aos sábados e até nas férias de janeiro são algumas das soluções estudadas.

Nesta segunda-feira por meio de nota, o Sindicado Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) apresentou propostas que serão entregues às secretarias em audiências solicitadas pela categoria. Dentre as principais estão a não utilização de domingos, feriados e de todo o mês de janeiro para reposições de aulas, garantindo as férias; o início do recesso de Natal e Ano Novo em 20 de dezembro, com retorno após as férias, para o encerramento do ano letivo 2013; e o início do ano letivo 2014 na segunda semana de março.

A indefinição do cronograma irrita pais e alunos. “Infelizmente, a corda só arrebenta para o lado mais fraco. Minha neta (Maria Clara, de 8 anos, do 2º ano da Escola Municipal Mário Quintana, em Gardênia Azul, Jacarepaguá) ficou 79 dias sem aulas, sem aprender nada, e agora ainda vão repor aulas aos sábados. Além de continuar mexendo profundamente com nosso dia a dia, esse transforno vai cansar as crianças. Como aprender nessas condições?”, questionou Delci Maria da Silva, 64 anos.

Indefinição do cronograma de volta às aulas irrita pais e alunosEstefan Radovicz / Agência O Dia

Orçamento afetado

Rozângela da Silva, 33, mãe de Íngrid, 12, e Gabriel, 5, estudantes das escolas municipais Alzira Araújo, em Campo Grande, e Samuel Wainer, em Bangu, também conta prejuízos com o longo período de greve, inclusive no bolso. “Gastei R$ 200 para pagar uma vizinha para ficar com meus filhos e com comida para eles, que faziam refeições nos colégios. Para quem ganha R$ 600, é um desfalque e tanto no orçamento”, justificou. “Os mais prejudicados somos nós, pois não teremos ensino eficaz”, disse um estudante do Colégio Estadual Júlia Kubitschek, no Centro.

Especialista em Educação, a professora da Uerj Alzira Batalha diz ser inevitável que os estudantes tenham prejuízos após greves de longa duração. “Mas não se deve colocar a culpa nos professores, dando a sensação que eles não pensaram nos alunos. É preciso cobrar responsabilidades também do poder público, inflexível ao não abrir canais efetivos de negociações”, opinou Alzira.

Rede estadual abre  nesta terça inscrições de alunos para o ano letivo de 2014

Na rede estadual, por sua vez, está aberta a pré-matrícula, a partir de hoje, para o ano que vem. As inscrições podem ser feitas até o dia 1º de dezembro. Os interessados em ingressar na rede em 2014, devem acessar o site Matrícula Fácil (www.matriculafacil.rj.gov.br).

Na página eletrônica, o interessado vai encontrar informações sobre todos os tipos de cursos; escolas com vagas disponíveis; idade para cada série ofertada; e como e quando confirmar a matrícula na escola. O resultado da inscrição estará disponível a partir do dia 19 de dezembro, no mesmo site. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que haverá reposição de aulas de duas formas: a partir do plano de cada escola e por recuperação emergencial de aprendizagem, através de intensificação do reforço escolar para os mais prejudicados, leitura e dever de casa, além de aulas da Educopédia. Poderão ser utilizados, além do contraturno, a semana de recesso do mês de dezembro, os sábados e os dias em que não estejam previstas atividades regulares e também o mês de janeiro.

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