Por camila.borges

Rio - Para inaugurar sua primeira faculdade de Arquitetura, a Uerj escolheu a altivez da Cidade Imperial. E o curso, com previsão de início no primeiro semestre de 2015, vai funcionar em imóvel histórico: a Casa do Barão do Rio Branco. A ideia é que, com o tempo, os próprios alunos trabalhem na restauração do espaço, tombado em 1998 pelo Inepac.

Casa do Barão do Rio Branco foi comprada pela Uerj por R%24 2%2C2 milhõesDivulgação

“A Cidade Imperial pode ser considerada uma sala de aula ao ar livre”, diz o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, que pretende ainda ampliar a atuação da universidade em Petrópolis e criar novos cursos na cidade: “O campus deve crescer”. Datado do século XIX, foi no imóvel que Brasil e Bolívia assinaram, em 1903, o Tratado de Petrópolis, que anexou o Acre ao país. As negociações foram mediadas pelo então Barão do Rio Branco.

A construção era de propriedade particular, e foi vendida para o governo estadual por R$ 2,2 milhões. No local, funcionava curso supletivo do governo do estado, que alugava o imóvel.
A aquisição foi formalizada ontem durante cerimônia realizada no Palácio Guanabara. No evento, também foi assinada a compra, avaliada em R$ 12 milhões, do prédio do Instituto Politécnico do Rio, em Friburgo.

No evento, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, disse que, com a instalação da faculdade de Arquitetura, uma série de cursos técnicos, como o de Restauração, passarão a ser oferecidos: “A faculdade representa um salto para o futuro”.

O professor titular da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, Olinio Gomes Paschoal Coelho, ressalta que, no uso da casa, alguns requisitos devem ser respeitados, como a manutenção da construção original. “Não pode é descaracterizá-lo. Além disso, se a fachada tiver elementos ou intervenções modernas, é obrigação do novo proprietário restaurá-la em sua originalidade”, explicou Olínio. Mas ele está otimista: “Com a chegada do ensino superior, ele será revitalizado. O imóvel vai se perpetuar”.

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