Por paloma.savedra

Rio - A crise que afeta a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) levou ao adiamento do início das aulas para o próximo dia 16. Mas não só a instituição teve o calendário prejudicado: a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) também foi 'obrigada' a adiar o retorno às atividades para o dia 23. O motivo, segundo a Uerh, também são os graves problemas fiscais no estado. 

Em nota publicada ensta segunda-feira, a Reitoria da Uerj afirma que a medida tem como objetivo zelar pela segurança do corpo docente, funcionários e alunos, bem como pelo patrimônio da instituição. O Reitor Ricardo Vieiralves de Castro destaca ainda que o compromisso da universidade é com a educação de qualidade.

Uerj enfrenta crise com déficit em torno de R%24 23 milhões%2C que seria por falta do repasse dos royaltiesUanderson Fernandes / Agência O Dia

Ele coloca ainda a "ausência momentânea de solução, por parte do Estado, para o pagamento de empresas terceirizadas responsáveis pela limpeza, segurança externa e manutenção" como um dos fatores para o adiamento do ano letivo. A Reitoria lembra também que a falta de limpeza nos campi acarretaria riscos a toda comunidade da Uerj, especialmente no início das aulas, com acréscimo de 30 mil alunos na instituição. 

Já na UFRJ, a empresa Qualitécnica, responsável pela limpeza das unidades, opera com número reduzido de funcionários, fruto da redução de quase R$ 60 milhões, que a universidade teve em seu orçamento no último ano, em depósitos do Governo Federal.

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De acordo com o reitor Carlos Levi, a UFRJ tem priorizado os pagamentos do mês de dezembro de 2014, ainda em atraso. Nos cursos de graduação, a insatisfação também está estampada no rosto dos alunos.

A redução de verba afeta também operações do Museu Nacional, administrado pela UFRJ. Fechado em janeiro pela paralisação de funcionários devido à falta de pagamento, a instituição conseguiu sanar dívidas de 2014 com uma verba recebida do Ministério da Educação (MEC).

Porém, o gasto compromete o investimento para 2015, segundo informações da assessoria de imprensa. Desde a redução de 20 % nos repasseis feitos pelo MEC, a administração encontra dificuldades para honrar compromissos com prestadores de serviço. Em janeiro, funcionários chegaram a juntar dinheiro do próprio bolso para evitar fechamento. Apesar de aberto ao público, atualmente o Museu opera sem porteiros, já que a empresa prestadora terceirizada rescindiu o contrato em 2014.

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