Por paloma.savedra

Rio - Em um ato ‘revolucionário’, o tradicional Colégio Pedro II extinguiu o jubilamento — desligamento obrigatório criado na instituição durante a Ditadura — de alunos por repetência. Antes, a reprovação era permitida até duas vezes. Publicada em portaria na última sexta-feira, a medida tem como objetivo “sanear uma injustiça e acabar com a ilegalidade para excluir alunos”. A iniciativa gerou controvérsia entre professores: alguns temem uma queda na qualidade da escola.

A crítica é rebatida pelo reitor da instituição, Oscar Halac. “Uma escola não pode ser considerada boa pelo número de jubilamentos e reprovações e sim pela oportunidade de aprender”, defende. “É uma medida saneadora, que corrige uma injustiça e ilegalidade, já que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, não prevê o jubilamento”, acrescenta o reitor, que é professor de Química.

Portaria que extingue o desligamento obrigatório de alunos foi publicada no dia 24 de abrilReprodução

Além disso, Halac destaca que a medida se alinha às políticas de inclusão no país, como as ações afirmativas das cotas. “O jubilamento não se coaduna com os propósitos de inserção social a que o Pedro II se propõe. Além do mais, é preciso levar em consideração que essa escola prioriza as cotas”, lembrou.

Atualmente, a instituição reserva 50% das vagas para cotistas. Desse total, um percentual é para as cotas étnicas (negros, pardos e índios) e o restante para as sociais (alunos cuja família tem renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo).

Em redes sociais, docentes criticaram a medida e chegaram a falar que isso pode colocar em xeque a qualidade da escola. O reitor refuta a ideia e diz que a escola deve estar preparada para a inclusão. Halac destaca os trabalhos de reforço escolar e diz que o colégio está preparado para isso.


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