Por adriano.araujo

Rio - Com as notícias negativas sobre a economia do país, a determinação é reduzir os gastos e não fazer dívida. A orientação também vale para os condomínios e os síndicos têm um novo desafio, que é minimizar o impacto que as despesas condominiais causam no orçamento familiar. Além de estudar medidas para cortar custos, outra solução é gerar renda para os edifícios. O gerente geral de condomínios da Aspa, Geraldo Victor, lembra que publicidade, por exemplo, pode ser mais explorada. Proibida em paredes externas, os grandes condomínios podem pensar em abrir espaços dentro das áreas comuns por onde passam muitas pessoas.

"Empresas podem ter espaço para anúncios dentro da academia, do espaço gourmet, do cinema do condomínio e de outros que são constantemente utilizados. Há condomínios que fazem jornais e vendem anúncios", afirma Victor.

O gerente indica ainda a locação de espaços em áreas comuns do condomínio e a venda do lixo reciclável ou orgânico. "Além de gerar renda, garante o descarte adequado desses resíduos", completa.

Ele diz também que, quando há entrosamento por parte dos moradores, é possível organizar bazares com produtos que estas pessoas não usas mais, com o objetivo de reverter a renda para o condomínio. Outra opção é a locação de terraços para a instalação de antenas.

Vale lembrar que, para qualquer destas ações, elas devem estar amparadas por base legal, seja prevista em convenção ou em assembleias e com aprovação do condôminos.

Economia de água

Além de gerar outras fontes de recurso, é importante cortar custos. Para economizar energia e água, por exemplo, o condomínio pode instalar sensores para a iluminação de áreas comuns, instalar descargas que regulam o fluxo de água nos banheiros e também investir nos hidrômetros individuais.

No condomínio Golden Garden, em Botafogo, o síndico da Saul Cusnir criou um sistema de captação de água da chuva e de máquinas de lavar roupas. Essa água de reúso da máquina é utilizada na lavagem de 20 contêineres de lixo do condomínio. Ele também indicou aos condôminos a implantação da válvula dupla nos sanitários.

"Acredito que 95% dos apartamentos já estão com a nova válvula", conta Cusnir. Casos de inadimplência também podem deixar o caixa negativo. Neste caso, o condomínio pode contratar empresas que compram a dívida ou fazem garantia de receita. Elas arcam com as despesas do condomínio, cobrando taxas pelo serviço.

Mais iniciativas

Arnon Velmovitsky, advogado especializado em Direito Imobiliário, dá outras dicas: "Dependendo do prédio é possível coletar água da chuva para limpeza de áreas comuns e instalar painéis para coletar energia solar", orienta Velmovitsky.

Ele sugere também inspecionar trimestralmente todas as instalações elétricas e hidráulicas, inclusive das unidades privadas. "A troca de uma carrapeta custa menos de R$ 5. Sem isso, pode-se ter desperdício de centena de reais", ressalta o advogado.

Além disso, é importante trocar as lâmpadas por novas de led, instalar timer de luz de presença e racionalizar a mão de obra do prédio, com a redução de horas extras, que encarecem o custo final do condomínio. "A mão de obra e os encargos correspondem a 70% da despesa do prédio", diz o especialista.

É recomendável ainda a revisão de tabelas de aluguel das partes comuns, com a cobrança de preços compatíveis.

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