Rio - A Delegacia de Proteção do Meio Ambiente e a Promotoria de Meio Ambiente, do Ministério Público Estadual, vão ouvir na próxima semana os proprietários da Construtora Vila Mar, responsáveis pela implantação do loteamento Vila Mar de Guaratiba, onde em parte da área foi instalado o Campus Fidei, em Guaratiba.
Conforme a promotora Christiane Monnerat, em entrevista à rádio CBN, o local é Área de Preservação Permanente (APP) e não poderia sofrer nenhum tipo de intervenção.
A promotora confirmou que, no fim do ano passado, foi instaurado o inquérito 396/12 para apurar denúncias de loteamento irregular, aterro clandestino e presença de milícia na região. Christiane disse que não poderia imaginar que o Campus Fidei estava sendo instalado no mesmo local.
Área maior que Ipanema
O terreno de 1,8 milhão de metros quadrados, aterrado para a instalação do campus, corresponde a menos de um terço de todo o loteamento Vilar Mar, cujo um dos sócios é um dos maiores empresários de ônibus da cidade, Jacob Barata Filho. Conforme o processo de licenciamento ambiental nº E-07/502979/20, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o qual O DIA teve acesso, a área total do loteamento é de 5,7 milhões de metros quadrados, uma área maior que Ipanema.
O local está dividido em 351 quadras com 11.628 lotes, a maioria com 300 metros quadrados ou 360 metros quadrados.
Ainda segundo o documento, área 2, onde parte do campus estava, está destinada a implantação do Programa Minha Casa, Minha Vida em parceria com a Prefeitura do Rio.
A promotora afirmou ainda que, por ser tratar de APP, qualquer licenciamento foi concedido de forma irregular. Além dos sócios da construtora, deverão ser ouvidos representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e do Inea.
Neste sábado, o prefeito Eduardo Paes disse que foi informado sobre a vegetação de manguezal perto do terreno, mas que, mesmo assim, autorizou que a realização do evento no local.