Bebidas, que têm atraído adolescentes e adultos jovens, elevam as chances de hipertensão, crises de ansiedade e taquicardia, além de sobrepeso
Por bferreira
Rio - O número de atendimentos em prontos-socorros devido ao consumo excessivo de bebidas energéticas dobrou de 2007 a 2011, revelou estudo do Serviço de Emergência Norte-Americano, com maior envolvimento de adolescentes ou adultos jovens. O ‘fenômeno’ não é exclusividade dos EUA, alerta o cardiologista Daniel Pellegrino, do Hospital do Coração, em São Paulo, que verificou no Brasil a tendência de crescimento no consumo destes produtos.
O especialista também avisa que, ao lado dos estimulantes, os aparentemente saudáveis isotônicos também são vilões para o organismo. Se usados por quem não pratica exercícios físicos pesados, causam hipertensão e sobrepeso. Já os energéticos elevam os riscos de crises de ansiedade, taquicardia e até morte, devido a altas concentrações de cafeína.
A análise americana revelou que, no período estudado, os atendimentos saltaram de cerca de 10 mil para 20 mil. Segundo Pellegrino, no Brasil jovens ingerem a bebida além dos limites tolerados. Segundo ele, para pessoas com mais de 13 anos, o consumo de cafeína não pode ultrapassar 2,5 mg por quilo de peso corporal. Por exemplo, um jovem de 60 kg deve ingerir, no máximo, 150 mg.
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INSÔNIA E INFARTO
O médico alerta que apenas uma lata de energético, como Red Bull, possui 79mg de cafeína, mais do que uma xícara de café (60mg). “O excesso de cafeína causa distúrbios psiquiátricos, ansiedade, problemas no sono e até infarto”, disse. Situação recorrente em casas noturnas, a mistura de energéticos e álcool é ainda mais nociva, de acordo com o cardiologista. Ele explica que o estimulante esconde os efeitos da bebida alcoólica, como sonolência, o que leva jovens a beberem mais. Além da cafeína, os energéticos contêm ginseng, que em altas doses pode causar dor de cabeça, alergia, hipoglicemia e carnitina, responsável por náuseas, vômitos e dor abdominal.