Rio - Um alerta da Fiocruz para quem tem contato com gatos: os casos de esporotricose, doença transmitida por animais infectados, vêm crescendo no Rio, principalmente na Baixada Fluminense. Segundo a infectologista Mônica Lima Bastos, da fundação, o sinal mais comum é um pequeno caroço avermelhado, que evolui para ferida grande, não cicatriza, cresce e se espalha.
Dados da Fiocruz indicam que de 1997 a 2007 foram registrados 1.848 episódios da doença. Já entre 2008 e 2011, período mais recente analisado, o número subiu para 2.340. Isto significa que, somente nos últimos quatro anos pesquisados, os registros já subiram 26,6% em relação à década anterior.
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix Schenckii, transmitido pelo contato com o gato infectado ou com suas fezes. A doença também pode ser contraída após ferimentos provocados por espinhos e galhos de plantas, além de farpas de madeira. O morador de Duque de Caxias Elvio Queiroz, 66 anos, não sabe como contraiu a doença. “Não crio gato. Acredito que por ter levado meu cachorro ao veterinário por quatro meses, posso ter pego de algum gato que estava sendo atendido”, afirmou.
Para prevenir, é recomendável usar luvas na prática da jardinagem e ao manusear gatos doentes — neles, os sintomas são lesões na pele, que têm crostas e são úmidas. Os animais infectados precisam ser isolados e tratados. Se morrerem, devem ser cremados.
“São muitas pessoas doentes na Baixada. O local mais afetado é Caxias”, diz Mônica. A Secretaria de Saúde de Caxias informou que manda veterinários às residências sempre que chega notificação de gato infectado. O animal é examinado e, se houver suspeita de que um morador esteja contaminado, é encaminhado para unidade de saúde com dermatologia.
No município do Rio, a Fiocruz, em Manguinhos, oferece diagnóstico e tratamento grátis a pessoas e animais. Na Unidade Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, da Prefeitura do Rio, é possível fazer exames (Av. Bartolomeu de Gusmão 1.120, São Cristóvão).