Londres - A introdução no genoma humano de um único gene, chamado XIST, pode corrigir a anomalia genética do cromossomo 21, responsável pela síndrome de Down, informou nesta quarta-feira a revista científica britânica "Nature".
A pesquisa foi realizada por uma equipe de cientistas da Universidade de Massachusetts (EUA) e representa um grande avanço no desenvolvimento de tratamentos, baseados em cromossomos, para corrigir este tipo de anomalia genética. Os cientistas introduziram uma grande quantidade do gene XIST, procedente do cromossomo X dos mamíferos placentários, dentro de células-tronco de uma pessoa com síndrome de Down cultivadas in vitro.
Segundo os resultados, essa manipulação do genoma humano foi capaz de silenciar a terceira cópia adicional do cromossomo 21 que causa a síndrome de Down. Para isso, compararam as células antes e depois que o gene XIST conseguiu anular o cromossomo extra, e descobriram que, ao fazê-lo, o gene ajudava a corrigir os padrões incomuns de crescimento das células em uma pessoa com síndrome de Down.
Após comprovar os resultados em oito enfoques diferentes, a equipe concluiu que a pesquisa oferece novos caminhos para estudar tanto as mudanças celulares nestas patologias como a desativação de um cromossomo corrente.
Ainda falta um longo caminho para uma aplicação clínica, segundo os cientistas, mas essa pesquisa demonstra que a correção de desordens genéticas em células vivas pode ser possível.