Rio - Na Semana Mundial de Amamentação, uma boa notícia para as mães: o gesto pode reduzir as chances de a mulher ter o Mal de Alzheimer. Estudo com 81 britânicas mostrou que quanto maior o período de aleitamento, menores os riscos da doença.
De acordo com o relatório, publicado no ‘Journal of Alzheimer’s Disease’, amamentar restaura a
tolerância à insulina, que é reduzida durante a gravidez. A resistência à substância é uma dos fatores que pode levar ao Alzheimer. Segundo Fernando Figueira, chefe da neurologia do Hospital São Francisco, a insulina favorece o metabolismo da glicose pelo neurônio, o que protege as células do cérebro contra a própria morte. “A insulina permite à glicose entrar nas células e essa substância é fundamental na vida dos neurônios. A morte dos neurônios é uma das características do Alzheimer”, explica.
O estudo britânico concluiu ainda que a amamentação priva o corpo da progesterona, fenômeno que melhora o fluxo de estrogênio no cérebro. Este hormônio pode evitar as células cerebrais de adoecerem. “Estudos sugerem que o estrogênio poderia proteger contra doenças cérebro-vasculares que têm relação com o Alzheimer”, diz Figueira, acrescentando que não há uma explicação biológica para o fato. “Foi uma análise estatística com mulheres que faziam tratamento de reposição hormonal”, conclui.
Pesquisadores britânicos coletaram informações sobre a história reprodutiva das mulheres e condições da amamentação. Segundo os cientistas, a relação entre amamentação e menores riscos da doença foi menos forte entre as mães que já tinham uma história de demência na família. Os principais sintomas do Alzheimer são alteração de memória, desorientação espacial e alterações de comportamento, como depressão.