Por juliana.stefanelli

Tóquio (Japão) - O governo do Japão informou nesta quarta-feira que a acidentada usina nuclear de Fukushima, epicentro da crise atômica no país, lança aproximadamente 300 toneladas de água radioativa por dia no mar.

Essa informação vem à tona depois que a operadora da usina, a Tokyo Electric Power (TEPCO), mostrasse sua preocupação pelo acumulo de água altamente contaminada nos porões dos reatores, um fato que se agrava a cada dia devido às complicações no setor.

No entanto, o Executivo advertiu que a maior parte da água contaminada lançada ao mar se limita às regiões próximas da central, cujo porto se encontra isolado do mar aberto por diversos diques de conten o da usina.

TEPCO mostrou preocupação sobre o acúmulo de água radioativa nos porões dos reatoresEfe

Momentos antes do anúncio, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tinha pedido ao ministro da Indústria, Toshimitsu Motegi, elaborar um plano para dar assistência à operadora de Fukushima nos trabalhos de redução do vazamento de água contaminada.

Neste sentido, em breve, o governo realizará uma solicitação de fundos do orçamento do próximo ano fiscal para ajudar a financiar um projeto que consiste no congelamento da terra ao redor do recinto para bloquear a fuga de água, informou a agência local "Kyodo".

Em linha com as informações publicadas pelo governo japonês, a TEPCO, no último dia 23 de julho, já havia admitido ter detectado pela primeira vez o vazamento de água radioativa dos porões da central ao mar, embora tenha ressaltado que a quantidade era pouca e se limitava á zona do porto em frente à central.

Governo japonês quer realizar projeto de congelamento da terra local para bloquear fuga d'águaEfe

Neste sentido, a maior preocupação da TEPCO na atualidade é o acumulo de água contaminada no subsolo dos edifícios dos reatores, inacessíveis em sua maioria devido à alta radiação. Diante dessa situação, o operador de Fukushima construiu umas barreiras subterrâneas nos porões e, a partir do início desta semana, começou a bombear e armazenar essa água nos mais de mil tanques contêineres levados ao complexo.

No entanto, estes contêineres já se encontram próximo ao limite de suas capacidades e, por isso, o procedimento de criar muros protetores mediante a um processo de congelamento do solo aparece como a medida mais efetiva neste momento, segundo os especialistas.

Após o acidente nuclear de Fukushima em 2011, o pior desde Chernobyl em 1986, cerca de 3,5 mil trabalhadores lutam diariamente na central japonesa para dar pôr fim a crise atômica, um trabalho que deverá se prolongar pelos próximos 30 ou 40 anos.

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