Rio - Levar vacinas em condições ideais a lugares onde ambulância e carro não chegam é desafio recorrente de equipes de saúde. A solução para o problema, porém, pode estar na ‘motonurse’ (motoenfermeira). O veículo está sendo desenvolvido no Rio de Janeiro e deve estar pronto em 2015.
A motocicleta será equipada com um compartimento traseiro que mantém vacinas e materiais, como sangue coletado para exames, refrigerados durante todo trajeto. Isso é possível graças a um sistema de refrigeração autônomo, que irá captar a energia gerada pela moto para manter a temperatura ideal.
O projeto é da empresa Fumajet, especializada em tecnologias para saúde, e conta com recursos financeiros da Faperj, ligada à Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia. A ‘motonurse’ poderá ser usada em favelas, regiões com pouca urbanização, além de comunidades indígenas e ribeirinhas, onde o acesso é restrito.
A ideia de desenvolver a motonurse surgiu em 2012, a partir de um pedido da ONG Médicos Sem Fronteiras, conta o engenheiro mecânico e sócio da Fumajet, Marcius da Costa. “Representantes da ONG relataram que, nas missões em países africanos afetados por guerras e catástrofes naturais, uma das maiores dificuldades é o transporte adequado de vacinas.”
Segundo Marcius, o baú refrigerado tem capacidade para mil vacinas e terá ferramentas para pequenas cirurgias, espaço para lixo hospitalar, mesa e reservatório de água limpa. “A ideia é transformar a moto em um pequeno ambulatório móvel. Qualquer governo poderá adquirir”, declara.
A Fumajet trabalha em conjunto com técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia. Depois de desenvolvido, o produto deve passar por testes de campo e receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).