Rio - Contrair rubéola na gestação aumenta o risco de o bebê nascer com catarata congênita, maior causa de cegueira infantil. Para evitar o problema, mulheres não imunizadas precisam tomar a segunda dose da vacina antes de engravidar. Além disso, diagnóstico precoce é fundamental.
O alerta é do oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. Ele explica que o vírus da rubéola atravessa a placenta e ataca os tecidos do feto ainda em formação. Os sistemas mais atingidos são o cardíaco e o nervoso, incluindo os olhos. De acordo com o oftalmologista, em crianças e idosos as características da catarata são idênticas. O cristalino fica opaco e impede que as imagens cheguem à retina.
O médico alerta ainda que a visão da criança ainda está em desenvolvimento, por isso diagnóstico tardio pode causar outros problemas como ambliopia (olho preguiçoso), que acontece quando apenas um olho é atingido pela catarata. “O esforço visual para enxergar com o olho de melhor visão anula o desenvolvimento do outro”, afirma.
Ainda segundo Leôncio, outras sequelas são nistagmo (movimentos não coordenados dos olhos), estrabismo (desalinhamento dos olhos), fotofobia (aversão à luz) e dificuldade de fixação do olhos.
Quando diagnosticada com catarata, a criança deve passar por cirurgia para retirada do cristalino. O procedimento é mais simples do que em adultos e consiste na aspiração do cristalino. Após a cirurgia, a criança usa óculos até os 2 anos, quando são implantadas as lentes de contato permanentes. O diagnóstico é feito por meio do Teste do Olhinho. Lanterna projeta luz no olho do bebê. Caso não apareça reflexo vermelho contínuo, o bebê possui a doença.