Síria - O regime do presidente sírio Bashar al Assad tentou inverter ontem o jogo e acusou os rebeldes oposicionistas de terem utilizado armamentos químicos no ataque ocorrido quarta-feira na periferia de Damasco, quando teriam morrido 1.300 pessoas. O comunicado foi divulgado após o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, afirmar que o destroier USS Mahan permanecerá no Mar Mediterrâneo para facilitar uma possível ação militar na Síria.
No aumento da tensão, a representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, desembarcou ontem na capital da Síria, para tentar convencer o governo a permitir o acesso e a investigação nas áreas dos atentados. Relatórios preliminares de investigações feitas por agências de inteligência dos EUA apontaram as forças de segurança de Assad como responsáveis pelo suposto ataque químico.
O ministro da Informação sírio, Omran Zubi, disse ontem na TV local que, se os EUA atacarem a Síria, farão “arder todo o Oriente Médio”.
E o governo de Assad comunicou que seu exército teria descoberto remédios contra a inalação de agentes químicos em armazém dos rebeldes. Fonte militar afirmou que soldados sírios “tiveram contato com elementos químicos e sofreram asfixia” num refúgio de rebeldes na periferia de Damasco.
A organização Médicos Sem Fronteiras citou ontem a chegada de 3,6 mil pacientes a hospitais. As vítimas apresentavam “sintomas neurotóxicos”, indicando exposição a agentes químicos. De acordo com os Médicos Sem Fronteiras, 355 mortos foram contabilizados nas unidades de saúde.
Com crescentes evidências de que gás tóxico foi utilizado nos ataques de quarta-feira, em cinco subúrbios de Damasco — como a divulgação de vídeos mostrando corpos sem ferimentos de bombas convencionais —, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que está em contato com a comunidade internacional para decidir suas ações.