Damasco (Síria) - A equipe da ONU entrou nesta quarta-feira em Guta Oriental, próximo a Damasco, para investigar o suposto ataque químico ocorrido na semana passada, após ter atrasado a visita por motivos de segurança, informaram ativistas da zona. Os inspetores partiram nesta quarta-feira de um hotel da capital síria e se dirigiram para a região do suposto ataque com o objetivo de obter provas da ação, que aumentou a tensão na região perante os temores de uma possível intervenção estrangeira.
O ativista Omar Hamza explicou que a equipe de especialistas, que viaja em quatro veículos, foi para Zamalka e Ain Tarma, onde supostamente ocorreram ataques químicos. Está previsto que os inspetores entrevistem médicos e vítimas e que examinem corpos para obter provas, disse Hamza.
O ativista explicou ainda que a equipe entrou na área sob a proteção do rebelde Exército Livre Sírio (ELS). A missão da ONU, que na segunda-feira esteve na cidade de Al Muadamiya, teve que adiar para hoje sua nova visita à periferia da capital pois ontem não conseguiu inspecionar a área, segundo o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid Muallem, por desavenças entre os grupos rebeldes sobre as garantias para proteger a equipe das Nações Unidas.
Muallem desafiou na terça-feira à comunidade internacional a apresentar "qualquer prova" que comprove o uso de armas químicas pelo exército sírio e disse que uma ação militar internacional contra seu país só servirá aos interesses de Israel e da Al Qaeda.
Opositores sírios criticaram as declarações de Muallem e explicaram que o ELS estava preparado ontem para proteger os inspetores, mas o regime começou a bombardear a região, onde ocorreram enfrentamentos. Enquanto isso, cresce a pressão para uma possível intervenção militar estrangeira em resposta ao suposto ataque químico, que segundo a oposição síria foi obra do regime e causou mais de mil mortos em 21 de agosto.
Fontes do governo americano disseram na terça-feira à emissora "CNN" que um ataque à Síria duraria apenas poucos dias, será executado com bombardeios de mísseis guiados e virá em duas etapas para que os Estados Unidos e seus aliados possam avaliar em um primeiro momento a efetividade de suas operações. As fontes disseram que o ataque será focado em alvos militares das forças leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, como "castigo" pelo uso de armas químicas em grande escala em bairros dos arredores de Damasco.