Damasco (Síria) - O regime do presidente Bashar al Assad qualificou nesta sexta-feira de "falsas" as provas apresentadas pelos Estados Unidos sobre o uso de armas químicas na Síria e afirmou que se baseiam nos dados dos ativistas e da oposição.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a acusação do secretário de Estado americano, John Kerry, é "nula e sem efeito" e desafiou Washington a apresentar "uma prova real". Para o governo sírio, estas denúncias são usadas por "aqueles que preparam o terreno para uma agressão contra o povo sírio, que poderia causar a morte de centenas de vítimas civis".
Kerry disse nesta sexta-feira que as provas do governo americano sobre a responsabilidade do regime de Assad no ataque do último dia 21 de agosto em Damasco com armas químicas são "claras e convincentes". Os EUA dizem ter confirmado que nesse ataque morreram 1.429 pessoas, entre elas 426 crianças, um número similar ao levantado pela oposição síria.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores sírio, Kerry ofereceu como provas "as velhas histórias dadas há mais de uma semana pelos terroristas", como Damasco se refere aos rebeldes. O ministério assegurou que são "fabricações e mentiras" e acusou a oposição no exterior de pressionar para conseguir um ataque americano contra a Síria. "Nos surpreende que uma superpotência engane sua opinião pública desta maneira ingênua e sem provas", diz a nota.
Além disso, denunciou que os Estados Unidos adotam suas posturas "de paz ou de guerra" em função do que publicam as redes sociais e internet. Uma equipe de especialistas da ONU concluiu hoje suas investigações no terreno sobre o uso destas armas na Síria, o motivo esgrimido pelos países que defendem uma intervenção militar.