São Petersburgo (Rússia) - O governo da Rússia enviou navios de guerra ao Mar Mediterrâneo, em direção à Síria, ontem. O objetivo — segundo afirmou o chefe do Estado Mario russo, Sergei Ivanov, seria uma possível retirada de cidadãos russos do país árabe, em caso de ataque das Forças Armadas dos Estados Unidos na região. Mas, segundo especialistas consultados ontem por agências internacionais, o aumento de embarcações militares na região, tanto americanas quanto russas, desperta temores de conflito entre as nações.
A Rússia — anfitriã da cúpula do G-20 (reunião das 20 maiores economias do mundo, que começou ontem) — é a principal nação aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra a ação militar pretendida pelo presidente norte-americano, Barack Obama.
Os EUA já estão com quatro navios destróieres no Mediterrâneo, preparados para agir, afirmou o almirante Jonathan Greenert, comandante de operações navais americanas. Segundo ele, as embarcações podem disparar mísseis de cruzeiro Tomahawk contra a Síria e se proteger de uma retaliação.
Obama vem insistindo em realizar uma ação militar contra a Síria, para dar uma “resposta” à tragédia do dia 21, quando cerca de 1,4 mil civis morreram em território sírio, vítimas de armas químicas nos arredores da capital, Damasco. Centenas eram crianças. Os EUA afirmam que o ataque químico foi obra do contestado presidente Assad.
Mundo dividido sobre ataque
Embora a situação da Síria não tenha sido incluída na agenda oficial do encontro das 20 maiores economias do mundo (G-20), que começou nesta quinta-feira, o assunto dominou o jantar dos líderes, ontem à noite, em São Petesburgo, na Rússia. O premiê da Itália, Enrico Letta, afirmou que os dirigentes seguem divididos. “Concluída agora a sessão onde se confirmou a divisão sobre a Síria”, escreveu no Twitter.
Após ver negado pelo Parlamento seu pedido para participar do ataque à Síria junto com os Estados Unidos, o premiê do Reino Unido, David Cameron, disse ontem durante o G-20 que cientistas de seu país tiveram acesso a amostras coletadas nos arredores de Damasco e comprovaram o uso de gás sarin.