Vaticano (Itália) - O papa Francisco se encontrou nesta sexta-feira com o presidente da Bolívia, Evo Morales, e ao se despedir do governante, com um forte e carinhoso abraço, o santo padre pediu que o político "cumprimentasse os amigos" e citou o nome de Dilma Rousseff. Morales se reuniu nesta sexta-feira no Vaticano com o papa durante 30 minutos e aproveitou a oportunidade para dar de presente ao pontífice um livro fotográfico com o projeto de reintegração marítima da Bolívia defendido pelo governo do país. O presidente chegou ao Vaticano acompanhado de uma delegação de seis pessoas, entre elas o chanceler boliviano, David Choquehuanca, e o ministro da Defesa, Rubén Saavedra.
O papa recebeu o líder boliviano com um abraço e um aperto de mãos e imediatamente o grupo se sentou para conversar no Palácio Apostólico. "Para mim é o irmão Francisco", disse Morales ao papa, que concordou dizendo: "assim deve ser, assim deve ser". O livro entregue por Morales se chama "Memória gráfica da reintegração marítima boliviana" e explica o desejo do governo deste país de ter uma saída ao oceano Pacífico. Morales abriu um processo contra o Chile no Tribunal de Haia para conseguir uma saída para o Pacífico.
A Bolívia perdeu 400 quilômetros de costa e 120.000 quilômetros quadrados de território na guerra do Pacífico, disputada com o Chile no fim do século 19. Por sua parte, o papa entregou a Morales a medalha comemorativa de seu pontificado e dois livros, um deles o documento final da 5ª Conferência dos Bispos Latino-Americanos, que foi realizado na cidade de Aparecida, em São Paulo. O papa e Morales já tinham se encontrado durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada no final de julho no Rio de Janeiro.