Por julia.amin

Paris - O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, afirmou nesta quarta-feira que a proposta russa de pôr o arsenal químico da Síria sob controle internacional deve ser examinada, mas "não servir de escapatória". Ele insistiu que para conseguir uma solução política é preciso manter a firmeza.

Em discurso realizado no Instituto de Ciências Políticas de Paris, Fabius destacou a mudança de posição de Moscou com a proposta de o regime de Bashar al Assad entregar ao controle da ONU suas armas químicas, já que até agora " negava a existência de um problema com o arsenal químico". Levando em conta esse mudança, considerou que é uma alternativa "que não deve servir de escapatória", e que é preciso examinar "e ao mesmo tempo controlar e verificar" as condições desse arsenal.

Fabius afirmou que a França atuará "sem ingenuidade" e que a resolução a ser adotada no Conselho de Segurança da ONU deve determinar que "se não for cumprida, haverá sanções". O ministro francês especificou que "a questão química é só um aspecto do problema" da Síria, porque os massacres continuam no país. O ministro ainda que apesar de agora ser o momento de se concentrar na polêmica relacionada às armas químicas, devem ser abordadas também as questões políticas. Segundo ele, a crise síria ressaltou "as debilidades do sistema internacional", em referência ao "bloqueio chinês-russo no Conselho de Segurança da ONU".

Para o chanceler, "não reagir (ao ataque químico atribuído a Bashar al Assad no último dia 21) seria enviar ao regime sírio e a todos os usuários dessas armas é uma mensagem de fraqueza e impunidade". E por isso a França considera justificável a criação de uma coalizão internacional "para sancionar e dissuadir" o país árabe, algo que, com a inflexão da Rússia, "começou a dar frutos".

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