Por juliana.stefanelli

Bruxelas (Bélgica) - O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, disse nesta quinta-feira que "é essencial manter sobre a mesa a opção da intervenção militar para avançar na solução diplomática" da crise na Síria. "A ameaça do uso da força facilita o processo diplomático e facilitou neste caso o acordo alcançado entre Rússia e Estados Unidos para a destruição do arsenal químico" sírio, explicou Rasmussen à imprensa após um discurso no instituto Carnegie.

O secretário-geral da Aliança disse que, em sua opinião, "a opção militar deve continuar em cima da mesa", mas declarou que "a solução, em longo prazo, para a Síria não é militar". Também advertiu que "qualquer intervenção militar na Síria pode ter imprevisíveis repercussões".

"É preciso distinguir entre a solução em longo prazo e a resposta específica para o uso de armas químicas", explicou Rasmussen, que afirmou que "o uso de armas químicas é uma violação do direito internacional que merece uma resposta internacional firme".

Exército sírio rondando as zonas rurais em Damasco prevenindo supostos ataques de insurgentesEFE

Perguntado sobre os motivos de uma intervenção da Otan na Líbia e não na Síria, o secretário-geral respondeu que "são casos muito diferentes". "Na Líbia, agimos com base em um mandato muito claro do Conselho de Segurança da ONU e obtivemos apoio dos parceiros da região. Nenhuma dessas condições ocorre com a Síria", disse.

Rasmussen afirmou "não ter dúvidas" sobre a autoria do ataque pelo regime sírio e pediu que o Direito Internacional seja acionado para punir os responsáveis. Sobre o acordo entre Washington e Moscou para a retirada de armas químicas, o dinamarquês declarou que "esta é a primeira boa notícia desde o início da crise", assim como "um enorme passo adiante".

Além disso, o principal responsável da Aliança Militar insistiu, várias vezes, na necessidade de os países europeus terem mais responsabilidades dentro da Otan e não deixarem tudo a cargo dos EUA. Tais pedidos se intensificaram depois que a missão aliada na Líbia evidenciou várias carências nos exércitos europeus, que necessitaram de apoio americano para poder desenvolver sua missão.

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