Rio - O Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, passou a utilizar um aparelho para mapear a alteração da frequência cardíaca e tratar casos graves de arritmia. O equipamento eletroanatômico, o único em funcionamento no estado, é mais eficaz que o sistema tradicional e evita danos colaterais.
Como o distúrbio no ritmo do coração tem diferentes motivações e gravidades, um diagnóstico preciso é essencial para o tratamento correto. A nova ferramenta, por isso, mapeia o corpo do paciente em três dimensões e oferece ao médico visão diferenciada da sua região vascular. “A arritmia tem uma origem pontual, mas a localização muda em muitos casos”, explicou o cardiologista ritmologista William Oliveira de Souza, ressaltando a precisão do exame.
Diagnosticada em 2006 com extra-sístole ventricular (espécie de batimento cardíaco extra), Nádia Ambrussezi, 33 anos, foi uma das primeiras pacientes a se submeter ao equipamento, em março deste ano. “É um processo bem diferente, mas percebi que foi mais eficaz”, afirmou a técnica de segurança.
O processo de reconhecimento da dimensão da arritmia costuma ser complexo: dificilmente o próprio paciente conseguirá distinguir se o problema é maligno ou não. “Pode ser uma palpitação simples que não vai ter nenhuma consequência, mas também pode ser grave e levar à morte. É indispensável fazer uma avaliação médica”, alertou.
CAUSAS VARIAM
Diversas doenças podem gerar o distúrbio cardíaco. No Brasil, estima-se que arritmias estão ligadas principalmente à isquemia do coração (infarto e doenças relacionadas) e automatismo (nível de estresse que o coração está submetido). “70% dos casos são por isso”, disse William.
Cauterização para tratar
O tratamento da arritmia cardíaca varia de caso para caso. Ele pode ser feito com medicamentos, reeducação (alterando dietas, instituindo exercícios ou mudando o estilo de vida) ou, em situações mais graves, cirurgia.
Além do diagnóstico, o aparelho de mapeamento eletroanatômico também pode ser usado para este tipo de procedimento. “Ele realiza uma cauterização da parte responsável pela arritmia”, explicou o cardiologista William Oliveira de Souza.