Por bianca.lobianco

Rússia - Os 30 tripulantes da embarcação do Greenpeace "Artic Sunrise" acusados de pirataria pela justiça russa se negaram a prestar depoimento, segundo informou, nesta quinta-feira, o Comitê de Instrução da Rússia (CIR). "Os acusados não reconhecem sua culpa e atualmente se negam a testemunhar", disse um porta-voz do CIR à agência russa "Interfax". Entre os ativistas presos se encontra a bióloga brasileira Ana Paula Maciel.

Bióloga brasileira que fazia parte do grupo de 30 ativistas do Greenpeace na Rússia é acusada formalmente de piratariaEfe

O comitê confirmou que todos os tripulantes da embarcação capturada no mar de Barents em 19 de março e rebocado até o porto de Murmansk, foram acusados de pirataria em virtude do artigo 227 do código penal, que pune esse delito com 15 anos de prisão. Um tribunal de Murmansk apresentou, nesta quarta e quinta-feira, as acusações formais contra os tripulantes do barco por tentarem se acorrentar à plataforma petrolífera flutuante "Prirazlomnaya", da gigante energética russa Gazprom. Os ativistas presos, que protestavam contra a exploração do petróleo no Ártico, são do Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.

O Greenpeace apresentou nesta quinta-feira um recurso contra a detenção preventiva, por dois meses, dos tripulantes da embarcação. Segundo a organização, a prisão dos ambientalistas foi ilegal e as acusações de pirataria absurdas. O presidente do Conselho de Direitos Humanos adjunto do Kremlin, Mikhail Fedotov, disse hoje que as acusações de pirataria são "infundadas". A Gazprom, que explora gás e petróleo, espera se transformar graças a esta jazida na primeira companhia que comercializa petróleo extraído do Ártico.

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