Por julia.amin

Roma - Entre os 155 sobreviventes da barcaça que naufragou na quinta-feira em frente à ilha de Lampedusa há 40 menores vindos da Eritréia e, a exceção de um, todos viajavam sozinhos, informou  o porta-voz da organização Save the Children na Itália, Filippo Ungaro.

"Estão traumatizados, assustados e muito preocupados" declarou Ungaro, que explicou que a situação no abrigo em Lampedusa é "caótica", e que os menores, cujas idades variam entre 11 e 17 anos, precisam de atendimento psicológico. Ungaro disse que já havia conseguido falar com alguns dos menores que ainda estão sendo identificados pelas autoridades e disse que a maior preocupação é "o futuro que os espera".

Mais de 90 pesssoas morreram após naufrágio de navio na ItáliaEfe


A legislação italiana estabelece que as vítimas menores devem ser abrigadas nos centros do país habilitados para estes casos. Apesar da obrigação de assistência, não existem bases de dados que registrem esses menores. "Por não existir na Itália um registro para estas pessoas muitas delas podem ficar sem assistência", advertiu Ungaro.

O responsável da ONG também criticou a chamada lei Bossi-Fini, que impede imigrantes maiores de 18 anos que entraram ilegalmente no país de obter a permissão de residência no caso não tenham formação educativa ou trabalho. Este seria o caso dos 40 imigrantes menores que chegaram à costa italiana depois do naufrágio. Eles podem ser incluídos nessa legislação ao chegarem à maioridade, o que os deixaria em situação ilegal dentro das fronteiras da Itália.

"A maioria deles está disposta a sofrer condições extremas para chegar à costa italiana", disse, que acrescentou que muitos dos que "chegam até Itália com a ideia de seguir até o norte da Europa onde as permissões de residência são mais fáceis de se obter".

O porta-voz da Save the Children acrescentou que no centro de Lampedusa estão abrigados neste momento 267 menores de desembarques anteriores, muitos deles vindos da Síria e da Palestina. Segundo a ONG desde o início de 2013 chegaram à costa italiana 30 mil imigrantes, 5.800 deles crianças e adolescentes.

Você pode gostar