Washington - Conforme os Estados Unidos entram na segunda semana de paralisação do governo, sem uma solução aparente, o Congresso norte-americano é confrontado com o prazo de 17 de outubro para aumentar o limite de empréstimos do país ou abrir caminho para um default.
O último grande impasse sobre o teto da dívida, em agosto de 2011, acabou com um acordo de última hora diante da pressão dos mercados e de advertências catastróficas para a economia caso o default ocorresse.
Uma solução de último minuto também parece ser a possibilidade neste caso.
Em entrevistas no domingo, democratas e republicanos não deram sinal de acordo sobre a paralisação ou o teto da dívida. E ambos culparam o outro lado pelo impasse.
"Estou disposto a sentar e conversar com o presidente", disse o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, ao programa da ABC "This Week". Mas, acrescentou, a recusa do presidente em negociar "está colocando o país em risco".
Ao programa "State of the Union", da CNN, o secretário do Tesouro, Jack Lew, disse: "O Congresso está brincando com fogo", acrescentando que Obama não negociará até que o "Congresso faça o seu trabalho" acabando com a paralisação e elevando o teto da dívida.
Os dois assuntos tramitavam separadamente na Câmara, mas acabaram sendo discutidos conjuntamente diante da pressão imposta pelo prazo curto.
Deputados republicanos conservadores têm colocado dificuldades para aprovar o financiamento do governo no atual ano fiscal. Eles buscam adiar ou reduzir os recursos previstos para a lei da saúde, conhecida como Obamacare.
Esses mesmos parlamentares querem impor condições similares na discussão da elevação do teto da dívida, mas Boehner, dessa vez, não citou a Obamacare. "É hora de discutir o problema dos gastos", disse o presidente da Câmara, incluindo medidas para reduzir os custos de programas sociais.
O senador Harry Reid, líder democrata do Senado, deve decidir em breve sobre se abre negociações sobre um projeto sem emendas para elevar o limite da dívida. Para aprovar tal medida seriam necessários pelo menos os votos de seis dos 46 senadores republicanos para evitar grandes dificuldades.