Por bferreira

Argentina - A criança argentina de 6 anos que nasceu menino, mas, desde os 2, sente-se menina, recebeu ontem nova certidão de nascimento, que ‘oficializa’ a mudança de sexo. Após sucessivas recusas, as autoridades do país aceitaram o pedido da família. É o primeiro caso de criança transgênero na Argentina.

Desde bebê%2C Lulu só aceita vestir roupas de menina e diz ser ‘princesa’Reprodução

Os pais chegaram a enviar uma carta à presidenta Cristina Kirchner e ao governador de Buenos Aires, Daniel Scioli. A mensagem foi encaminhada à Secretaria Nacional da Criança, Adolescente e Família, até que o registro foi autorizado. À imprensa de Buenos Aires, a mãe da criança, Gabriela (que não informa o sobrenome), disse que o novo nome de seu filho é Luana, e não mais Miguel. Depois de receber os documentos, ela agradeceu a todos aqueles que, em suas palavras, “confiaram na identidade da filha” e ‘respeitaram os seus direitos”.

Antes de recorrer à presidenta, os pais já haviam feito o pedido para alterar o documento da criança, mas ele foi rejeitado três vezes pelo Registro de Pessoas da província de Buenos Aires. Um dos argumentos é que era preciso esperar a puberdade para tomar esse tipo de decisão.

Segundo o presidente da Comunidade Homossexual da Argentina (CHA), Cesar Ciugliutti, “é o primeiro caso no mundo em que foi possível modificar o gênero de uma pessoa tão jovem em um documento sem recorrer à Justiça”. Gabriela usou a Lei de Identidade de Gênero para embasar o caso do filho.

Apesar de Luana ter sido bem aceita na escola após mudar a aparência e o nome, ela ainda passava por situações desconfortáveis, principalmente quando tinha que apresentar documentos de identificação, em locais como hospitais. Apelidada de Lulu, a agora menina é irmã gêmea de um outro garoto. Segundo a mãe, quando Luana tinha 1 ano e 6 meses, dizia: “Eu, menina, eu princesa”. E desde então assumiu ser uma garota.

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